segunda-feira, 30 de maio de 2011

PSICODRAMA: A IMPORTÂNCIA DA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Professoras Glícia e Glaucia expondo a aplicação do psicodrama em uma aula de especialização. Técnica desenvolvida para superar um conflito de ruídos de comunicação numa sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental

Aqui, professoras da especialização em Psicopedagogia Institucional revivendo a cena do barulho. Primeiro momento da técnica utilizada pelas professoras Glícia e Gláucia.




Criado pelo médico romeno Jacob Levy Moreno, o Psicodrama permite ao paciente reviver situações e a sua relação com o mundo através do jogo e do teatro. A psicoterapia psicodramática, então, utiliza-se dos elementos do jogo e do teatro a fim de que o paciente consiga viver ou reviver situações passadas, presentes ou futuras, ressignificando suas experiências. Durante uma sessão de psicoterapia psicodramática, o paciente é convidado a dramatizar e jogar com as suas experiências pessoais. Ele vive ou revive tais situações - que, na brincadeira, é o "faz de conta", dando-lhes novo significado. Assim, torna-se mais consciente de sua história pessoal e de como lida com suas questões atuais, passando a ser e agir de forma mais saudável no mundo.



O Psicodrama é, pois, uma oportunidade de experimenta-ação, que convida a pessoa a mergulhar, não só em sua própria vida, mas nas suas relações com as pessoas e com o mundo. A dramatização surge, em geral, como fruto da resolução de um conflito.



Referente a esta temática foi desenvolvido um trabalho envolvendo um grupo de professores que atuaram em sala de aula juntamente com a professora titular da turma observada aplicando a técnica do psicodrama nas relações de crianças de educação infantil.



O estudo foi desenvolvido na Escola Municipal de Ensinop Fundamental Francisca Rosado de Oliveira com a turma do primeiro ano do Ensino Fundamental, a mesma composta dos 12 alunos com idade variável entre cinco e seis anos.



O problema diagnosticado pela professora foi o fato de a maioria dos alunos da sala se expressarem oralmente com timbre de voz no volume máximo, ou seja, falam sempre gritando e às vezes, pedindo sua atenção todos ao mesmo tempo. Depois de longas conversas com os alunos sem a devida solução do problema foi desenvolvida a técnica do psicodrama, baseando-se no fato de que as crianças compreenderiam melhor a necessidade de falar em um tom de voz agradável aos ouvidos após as encenações de situações propostas pelo grupo de professores.


Como primeira atitude foi realizada uma explanação sobre as atividades que iriam ser desenvolvidas onde o professor pede a participação de todos. Convite aceito, seguem-se as cenas.


CENA 1 - Hora do barulho



Objetivo: Perceber o conflito gerado pela desorganização das falas dos alunos em sala de aula e aprender respeitar a fala dos colegas.



Um aluno é convidado a ir ao centro da sala de aula e os outros se acomodam ao seu redor formando um círculo em torno do primeiro aluno. Ao sinal do professor todos começam a dizer-lhe algo, pedindo sua atenção e falando num tom de voz bem alto e todos ao mesmo tempo. Decorrem uns trinta segundos e a atitude da criança do centro é observada. No início a criança tenta dar atenção a alguns de seus colegas, vendo que não consegue ela leva as mãos aos ouvidos na tentativa de se proteger do barulho, sorri e tenta fugir do centro do círculo. A atividade é repetida mais algumas vezes e o comportamento das crianças é quase o mesmo, vendo que não conseguem compreender o que seus colegas dizem, visto que, falam todos ao mesmo tempo eles tentam se preservar do barulho alguns até fugindo da situação que lhes perturbam.


CENA 2- O eco


Objetivo: Perceber o incômodo causado pelo tom de voz estridente e saber adequar o tom de voz a cada situação comunicativa.

O professor organiza os alunos em círculo e pede para seguirem o comando.

Primeiro cada aluno vai fazer a pergunta ao grupão com o tom de voz bem alto: - Você me ouve? Todos os alunos devem responder no mesmo tom do aluno que perguntou. Em seguida cada aluno vai fazer novamente a pergunta, mas no tm de voz adequado. Os alunos devem responder no mesmo tom que foi falado.

Após a aplicação do psicodrama segue-se uma conversa com os alunos sobre como se sentiram na realização das encenações, se sentiram-se bem ou mal, que tipo de sentimentos as situações vividas geraram em cada um deles. Indagar se eles perceberam que o que eles sentiram é o que o professor sente quando está naquela situação. Dando continuidade a atividade desenvolvida foram acrescentados comentários objetivando a visão da situação geradora do conflito e o levantamento de possíveis soluções para as questões abordadas, soluções essas propostas pelos alunos em comum acordo.

sábado, 28 de maio de 2011

IDÉIAS PARA MOTIVAR OS ALUNOS EM SALA DE AULA



  • Professoras da sala de recurso multifuncional, que é uma sala para o "Atendimento Educacional Especializado", é uma ação de ensino da Escola Municipal João Rosado de Oliveira, município de Jericó, sertão paraibano.


    Tem como objetivo oferecer suporte de aprendizagem a crianças portadoras de necessidades especiais, onde podemos incluir o aluno no ensino regular e no meio em que vive, minimizando suas dificuldades de aprendizagem e maximizando a atenção, socialização, motivação e afetividade.

    Compreendemos a grnade importância desse atendimento por isso, tentamos atuar de forma colaborativa, como também temos consciência de que a resposta do trabalho não é imediata e sim, construída passo a passo, vagarosamente.


    Atualmente temos 13 alunos no atendimento da sala multifuncional, 12 com dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita, incluído ainda uma aluna cadeirante que apresenta uma paralisia com grande comprometimento motor, cada uma dessas crianças na particularidade de sua deficiência nos ensinou muito já que alguns carregam uma enorme carga de descrenças e desmotivação na sua história escolar.


    No primeiro dia de atendimento os alunos ficaram encantados com o espaço, pois era um ambiente diferenciado de uma sala de aula convencional, pois nela havia um aconchego de variações de materiais didáticos, computador, TV e jogos educativos.


    Após observar o desenvolvimento da aprendizagem e o comportamento dos alunos, percebemos então que eles tinham uma carência afetiva muito grande em que se manifestava através da agressividade entre os colegas, inquietação em sala de aula, falta de concentração para fazer as atividades e até mesmo o isolamento.


    Concluimos que estes alunos estavam de certa forma manifestando seus sentimentos para chamar a atenção, expressando assim suas necessidades sócio-afetiva e cognitiva, através de um comportamento inadequado e que precisava ser trabalhada no decorrer do processo de aprendizagem com atividades que estimulassem a auto-estima desses alunos e promovessem uma interação, uma relação de amizade, de amor, de carinho e de afetividade entre alunos e professor.


    Dessa forma se procurou organizar um planejamento que fosse ao encontro da realidade desses alunos, introduzindo atividade que promovesse:


    - Diálogos entre aluno-professor de forma aberta e espontânea;


    - Desenvolver o hábito de ler e contar histórias;


    - O uso do computador com CDs educativos (palavra cruzada, jogo da trilha, jogo da memória, colorir, quebra-cabeça, jogo dos sete erros).


    É importante oferecer a criança hiperativa atividades diversificadas que exijam atenção, mas que não desgaste intelectualmente assim elas terão sempre prazer em executá-las.


    Com essas atividades constatamos que afetividade aproxima alunos e professor, constrói amizades, recupera auto-estima e proporciona segurança e estimula uma aprendizagem com prazer, enfim, melhora o relacionamento entre a qualidade de vida dos alunos.










quinta-feira, 26 de maio de 2011

MANUAL DAS FAMÍLIAS FELIZES

Às vezes as relações de convivência estão mais próximas do vinagre que do açúcar e do afeto. Nenhuma família é um recôndito de paz as 24 horas do dia. De fato, nenhum ambiente onde convivam estreitamente dois ou mais seres humanos pode sê-lo, pelas diferentes formas de se encarar a vida. No entanto, existem algumas formas de se preservar o afeto, a alegria e a satisfação nas relações mais intensas e ao mesmo tempo mais difíceis, mas também gratificantes e enriquecedoras que mantemos em nossa existência: as que temos com nossos parentes mais próximos. Na família convém não haver "vencedores ou vencidos", porque, segundo um velho provérbio, "a melhor vitória é aquela na qual ganham todos". A "chave mágica" para consegui-la tem três pilares: harmonia, equilíbrio e comunicação.
- Trate seus parentes como amigos.
Evite reservar sua parte mais sombria - suas queixas, cansaço, impaciência, maus momentos - para dedicá-la àqueles que mais ama.
As relações familiares, assim como as existentes entre amigos, devem ser cultivadas e regadas com respeito, tolerância, demonstrações de afeto e alegria compartilhada. No início pode parecer um pouco difícil dizer o quanto se gosta de uma pessoa, com palavras ou por meio de pequenos gestos.
- Desligue a televisão enquanto come.
A telinha desempenha uma atração quase hipnótica, que em algumas ocasiões faz com que a vejamos como marionetes, sem nos importar com a programação.
A menos que se trate de um programa interessante, é importante apagá-la e aproveitar esses momentos para brincar com seus filhos e o marido e mostrar ainda mais envolvimento na vida familiar.
Não é melhor aproveitar quando todos estão à mesa para falar e compartilhar experiências ou sobre o que aconteceu ao longo do dia, em vez de todos assistirem à televisão como marionetes?
- Preveja os momentos de irritação e mantenha a calma
Em vez de deixar-se levar pela ira, pelo ego ferido ou outras justificativas mesquinhas, que te afastam da real importância de um determinado assunto, procure manter-se centrado na solução, com serenidade e firmeza.
Se você percebe que está sendo levado pela impulsividade, pise no freio, respire profundamente e volta a buscar soluções e saídas, em vez de ficar obsessivo com o problema.
Discutir "em família" as diferentes opções para se sair do atoleiro, é um exercício que dá resultados surpreendentes.
- Peça perdão e tente entender
Em todas as relações próximas e contínuas é fácil "ferir o outro", sem que depois desculpas ou pedidos de perdão bastem. É preciso colocar-se no lugar da outra pessoa para compreendê-la.
- Alguns erros que todos devem evitar:
Recorrer a agressões ou ameaças, revirar o passado, fazer promessas que não podem ser cumpridas, tentar solucionar a vida dos demais, falar em vez de ouvir, dizer as coisas por meio de terceiros, punir alguém por dizer a verdade, querer ter sempre a razão. Se você evitar esses comportamentos e atitudes, sua vida familiar começará a funcionar com menos conflitos e atritos.



Algumas sugestões:
•Trabalhe junto com a escola. Escola e família têm papeis diferentes, mais um objetivo comum. Respeite o espaça de cada um.
•Pergunte sempre a seu filho, como foi o dia na escola, mas não cobre uma resposta. Respeite sua privacidade.
•Compreenda que a responsabilidade das tarefas de casas é do seu filho. Seja parceiro quando necessário, mas não assuma a responsabilidade. Permita que ele arque com as conseqüências. Ah! Lembre-se que não é objetivo de um bom dever de casa, manter seu filho ocupado, assim não deve ser em excesso.
•Estimule-o a pensar por si só. Deixe que ele resolva os seus problemas, busque alternativas, ache soluções.
•Não torne o horário de estudos uma batalha, negocie e estabeleça metas. Cobre os resultados.
•Preocupe-se menos com a nota e mais com a aprendizagem.
•Confie na escola e caso tenha duvidas resolva-as com a escola e não com outros pais ou com seus filhos.
• Escolha bem a escola que irá matricular seus filhos, visite-a e conheça seu Projet Político Pedagógico, após a escolha acredite em sua proposta e aceite sua forma de trabalhar.
•Ao ir ao shopping, visite também as livrarias com o seu filho.
•Lembre-se: "a palavra convence, mas o exemplo arrasta" Seus comentários e principalmente suas ações influenciam diretamente na vida escolar de seus filhos.

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO DENTRO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

1. Introdução

A Psicopedagogia constitui-se em uma justaposição de dois saberes - psicologia e pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o não saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento.

Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver tais fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar, junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino-aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o seu papel de parceira nesse processo.

Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.

O presente artigo, que surgiu da preocupação existente com nossa prática como educadora e de nossa crença de que cada um constrói seus próprios conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a atuação e a importância do Psicopedagogo dentro da instituição escolar.

2. A Formação do Psicopedagogo e a Regulamentação da Profissão

No Brasil, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome. Esta formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso deve atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à carga horária, critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e critérios para a estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na formação.

Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial. No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que forma os especialistas, no caso, os então chamados "especialistas em psicopedagogia" ou psicopedagogos.

A lei que trata do reconhecimento da profissão de psicopedagogo está na câmara dos deputados federais. Psicopedagogos elaboraram vários documentos nos anos de 1995 e 1996, explicitando suas atribuições, seu campo de atuação, sua área científica e seus critérios de formação acadêmica, um trabalho que contou com a colaboração de muitos.

O psicopedagogo possui a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) como elo de interlocução. A ABPp iniciou com um grupo de estudos formado por profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem, sendo que, atualmente, também busca o reconhecimento da profissão.

É do Deputado Federal Barbosa Neto o projeto de reconhecimento desse profissional (Projeto de Lei 3124/97). De início, o deputado propôs uma sondagem entre os políticos da época (1996) sobre a aceitação ou não do futuro projeto. Nesse período, o MEC organizava a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), promulgada em dezembro do mesmo ano.

A data que formalizou a entrada do Projeto de Lei é 14 de maio de 1997. Em 24 de junho desse mesmo ano, a ABPp assumiu, em visita à câmara, o reiterar do projeto junto às lideranças políticas do país, do que resultou a sua aprovação no dia 03 de setembro de 1997 pela Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público.

Após esta aprovação, o projeto foi encaminhado à 2ª Comissão, que é a de Educação, Cultura e Desporto, acontecendo, então, em 18 de junho de 1998 e 06 de junho de 2000, audiências para aprofundamento do tema. A aprovação nessa comissão ocorreu em 12 de setembro de 2001, após um trabalho exaustivo da relatora Marisa Serrano, do Deputado Federal Barbosa Neto e dos psicopedagogos que articularam tal discussão no Brasil.

Em 20 de setembro de 2001, houve mais um avanço político com a aprovação do Projeto de Lei 10891, da autoria do Deputado Estadual (SP) Claury Alves da Silva. O Projeto de Lei 10891 "autoriza o poder Executivo a implantar assistência psicológica e psicopedagógica em todos os estabelecimentos de ensino básico público, com o objetivo de diagnosticar e prevenir problemas de aprendizagem".

Atualmente, o Projeto de Lei que regulamenta a profissão do Psicopedagogo está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação para ser aprovado. Quando aprovado, irá para o Senado onde terá que passar por três comissões: Trabalho, Educação e Constituição, Justiça e Redação para, finalmente, ser sancionado pelo Presidente da República.

No momento, a profissão de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de outras gestões da ABPp ( Associação Brasileira de Psicopedagogia ) e dessa última, tem amparo legal no Código Brasileiro de Ocupação. Isto quer dizer que já existe a ocupação de Psicopedagogo, porém, isso não é suficiente. Faz-se necessário que esta profissão seja regulamentada.

3. Áreas de Atuação do Psicopedagogo

O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir.

Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia.

O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos.

No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.

4. O Psicopedagogo na Instituiçao Escolar

Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem.

Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem.

Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo.

Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar.

A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor.

Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber.

Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.

Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.

Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva. Também o é a sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio.

Segundo Bossa (1994, p.23),
... cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.

O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem.
5. A Intervenção do Psicopedagogo Junto à Família
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem.

É por meio dessa aprendizagem que a criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus saberes. Contudo, na realidade, o que temos observado é que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando fora o dia inteiro, pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados e mães solteiras. Essas famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo que, em decorrência disso, presenciamos gerações cada vez mais dependentes e a escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades.

A escola, como observa Sarramona (apud IGEA, 2005, p 19), veio ocupar uma das funções clássicas da família que é a socialização: A escola se converteu na principal instituição socializadora, no único lugar em que os meninos e as meninas têm a possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva ....

Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social.

O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.

Vale lembrar o que diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico:
O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.

Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. Boa parte dos problemas encontrados são lentidão de raciocínio, falta de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. Lembramos que a escola e o meio social também têm a sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar.

A família desempenha um papel decisivo na condução e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não quer enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, está pedindo socorro, pedindo um abraço um carinho, um beijo e que não produz na escola para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança.

Concordamos com Souza (1995, p.58) quando diz que
... fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.

Sabemos que uma criança só aprende se ela tem o desejo de aprender. E para isso é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo.

Existe um desejo por parte da família quando a criança é colocada na escola, pois da criança é cobrado que seja bem-sucedida. Porém, quando esse desejo não se realiza como esperado, surgem a frustração e a raiva que acabam colocando a criança num plano de menos valia, surgindo, daí, as dificuldades na aprendizagem.

Para Boszormeny (apud Polity, 2000),
uma criança pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade emocional, encarregando-se do cuidado de algum membro da família. Isso se produz, em resposta à depressão da mãe e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide.

A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando.
6. Considerações Finais
A profissão do psicopedagogo não está regulamentada, mas se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na Câmara dos Deputados Federais, para ser aprovada. Enquanto isso, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial em cursos de pós-graduação oferecidos por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas.

A psicopedagogia surgiu da necessidade de melhor compreensão do processo de aprendizagem, comprometido com a transformação da realidade escolar, na medida em que possibilita, mediante dinâmicas em sala de aula, contemplar a interdisciplinaridade, juntamente com outros profissionais da escola.

O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do mundo.

A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de características que lhe permitem, ou não, o desenvolvimento de conhecimentos. As características psicológicas são conseqüentes da história individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará as experiências futuras, como, por exemplo, o conceito de si próprio, insegurança, interações sociais, etc.

Nesse contexto, é pertinente concluir que:
  • É fundamental que a criança seja estimulada em sua criatividade e que seja respondida às suas curiosidades por meio de descobertas concretas, desenvolvendo a sua auto-estima, criando em si uma maior segurança, confiança, tão necessária à vida adulta;
  • ­É preciso que os pais se impliquem nos processos educativos dos filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado formal ou a educação escolar, para ser bem-sucedida não depende apenas de uma boa escola ou de bons programas, mas, principalmente, de como a criança é tratada em casa e dos estímulos que recebe para aprender;
  • É preciso entender que o aprender é um processo contínuo e não cessa quando a criança está em casa.

As mudanças políticas, sociais e culturais são referenciais para compreender o que acontece nas escolas e no sistema educacional. O psicopedagogo deve saber interpretar e estar inteirado com essas mudanças para poder agir e colaborar, preocupando-se com que as experiências de aprendizagem sejam prazerosas para a criança e, sobretudo, que promovam o desenvolvimento.

Portando, a psicopedagogia, pode fazer um trabalho entre os muitos profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança, bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo em que vivem, de saber interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com segurança e competência. Assim, o psicopedagogo não só contribuirá com o desenvolvimento da criança, como também contribuirá com a evolução de um mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade.
7. Referências

BRASIL. Projeto de Lei 10.891. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 25 de julho de 2005.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
FERMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin. Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
IGEA, Benito del Rincón e colaboradores. Presente e futuro do trabalho psicopedagógico. Porto Alegre : Artmed, 2005.
POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 18 de junho de 2005.
SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensando a inibição intelectual:perspectiva psicanalítica e proposta diagnóstica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ORNATOS DO SÃO JOÃO PpS































A ARTE DE EDUCAR

Ao discutirmos sobre a questão "aprendizagem" percebemos através da própria experiência, que o ato de aprender acontece, via de regra, em situações onde a afetividade também circula e o torne prazeroso. A necessidade do prazer na educação se torna crucial, na medida em que esta permeia as relações inter-pessoais. Ora, tal relação deve estar desimpedida de nós, para possibilitar a comunicação consciente nos níveis mais profundos da consciência entre professores e alunos, alunos e professores, criando a dialética do dar e receber, que caracteriza toda a troca na experiência humana.
A relação humana que ocorre entre professores e alunos representa a viga-mestra do aprendizado. A socialização, troca de idéias e bagagens se torna oportunidade significativa para os que coordenam e os que participam do processo ensino-aprendizagem.
Se falamos de seres humanos, necessariamente nos reportamos a uma dinamicidade de idéias e conteúdos, que estão em constante movimeneto. Por isso, manter as relações "desimpedidas de nós" demanda basicamente o desejo e a disposição para que estejamos atentos às nuances de comportamento que se traduzem, a partir das necessidades do aluno.
É este desejo, esta predisposição natural para empatia (mesmo que nem sempre bem sucedida ao se transformar em ação)que mais do que gordos currículos caracteriza o bom professor.
Aqui cabe questionar: o que vem a ser um bom professor? Aquele que repassa seus conteúdos eficazmente ou o bonzinho, que faz conluios com a turma? A resposta é simples, mas a "fórmula" é difícil de ser aplicada, justamente por causa do referencial humano que exige. Desejamos encontrar o equilíbrio entre os extremos, o que não é tarefa fácil!
Um grande professor influencia drasticamente o aluno, sendo um ponto de referência importante para ele ao ponto de se fazer sentir na vida adulta. Numa sociedade onde a competição atinge as raias da crueldade, as vicissitudes do sistema capitalista distanciam e enfraquecem continuamente as relações humanas, instalando no homem a solidão e a solidificação de defesas, que o condenam à fome de amar por mais que seja negada e dissimulada. Sua carência acarretará desajustes profundos, que em maior ou menor grau marcarão personalidades em forma de neuroses reativas ou desestruturações mais graves, como as psicoses.
Nesse contexto, nem sempre as famílias são capazes de suprir as necessidades afetivas de seus membros. Pais massificados, massificarão seus filhos e muitos deixarão para a escola a tarefa de educar. Esta é uma discussão tão extensa que merece um outro espaço. Certo é, porém, que o aluno é fruto e receptáculo de todas estas angústias aqui pinceladas, e é importante que nós, enquanto educadores, nos redimensionemos constantemente para fazer frente a este desafio.


Suzana Mcauchar


EDUCAR PRESSUPÕE AMOR, DESPREENDIMENTO, DOÇURA, FIRMEZA, PACIÊNCIA E DECISÃO

A arte de equilibrar afeto e limites

A estrutura básica do ser humano não é a razão e sim o afeto, segundo Leonardo Boff. Realmente, quanto mais tecnológico se torna o mundo, maior é a necessidade por valores humanos e afetivos. Recentemente a UNICEF publicou uma pesquisa onde 93% dos jovens brasileiros acha a família e a escola as instituições mais importantes da sociedade. As crianças que tem exemplo, afeto e limites em casa e na escola raramente se envolve com drogas e violência, pois se nutrem de relacionamentos estáveis e sadios.
Nossa relação com o filho ou aluno não pode ser permissiva, mas sim, intensa e pró ativa, normalmente na imposição de disciplina, respeito às normas e à hierarquia. Quem ama impõe privações e limites e sem disciplina não há aprendizagem.
Nós pais vivemos hoje alguns dilemas angustiantes:
Oferecemos ao nosso filho um caminho por demais florido, plano e pavimentado, mas temos certeza de que mais tarde ele terá de percorrer trilhas perigosas;
protegemos nossas crianças e adolescentes das pequenas frustrações, mas bem sabemos que a vida, fatalmente, vai se encarregar da grandes;
Fazemos tudo para não privar nosso filho de conforto, bens materiais, shoppings, lazer, mas será que não estamos criando uma geração consumista e alheia aos problemas sociais?
Se houvesse um manual de instruções para esses dilemas, teria como título: "Afeto e Limites". São pratos distintos de uma balança e tem de prevalecer o equilíbrio, a medida e o bom senso.
Mais do que no passado, ao percorrer o seu caminho, o jovem de hoje encontra muitas bifurcações, tendo que decidir entre o bem e o mal. Em cada etapa da vida, é bom que o nosso educando cometa pequenos erros e seja responsabilizado por eles. Mas também que tenha clareza das consequencias dos grandes erros para que possa evitá-los.
A criança ou adolescente deve adquirir a medida que cresce, o direito de fazer escolhas, aprender a se auto-administrar. Como nos diz Jean Piaget: "Sem liberdade o ser humano não se educa. Sem autoridade, não se educa para a liberdade." Autoridade e liberdade exercida com equilíbrio são manifestações de afeto e ensejam segurança e proteção para a vida adulta.
Aos filhos devemos dar raízes e asas - valores e liberdade.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

EDUCAR É ...

Gaiolas e asas – Rubem Alves


Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche frequentemente eram também atacados por eles. Digo “atacados” porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas”.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle.

Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.

Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha com os tigres.Nos tempos de minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando… O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca e pisava no poleiro.

E era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras e enfiava o bico entre os vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguentado… Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Vão me falar sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos, tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?O que os burocratas pressupõe sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo”? E os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professoras, também engaioladas…

São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira”.O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”.“Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. “Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.

Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescer… Assim todo professor, ao ensinar, teria de se perguntar: “Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo?” Se não for, é melhor deixar de lado.

As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o vôo dos seus alunos.

Há esperança…

domingo, 22 de maio de 2011

TREINAMENTO EM SERVIÇO: UMA FERRAMENTA DO CIEP III

Os professores e corpo administrativo do CIEP III Firmino Ayres/Otto de Sousa Quinho participaram nos dias18,19 e 20 de Maio do corrente ano de um curso de capacitação ministrado pela Result Consultoria Educacional. No primeiro momento foi realizada uma oficina sobre a importância do relacionamento interpessoal para a qualidade de vida pela assistente social e educadora Graça Lucena.
Na ocasião foram debatidos os aspectosmais importantes do relacionamento interpessoal para a construção de um ambiente educacional propício aodesenvolvimento de uma boa aprendizagem.

Um outro tema abordado foi sobre o Transtorno de Atenção e Hiperatividade, onde as ministrantes Ramberta Leite eGigliola esclareceram os principais aspectos e dúvidas dos(as) participantes relativas ao tema. O curso teve ainda oficinas direcionadas à práticas interdisciplinares e debate sobre novas metodologias de ensino. Na avaliação da supervisora Elane Hérica e da diretora Eliane Cristina a capacitação obteve grande êxito, pois, sãonesses encontros que os professores se mantêm atualizados sobre as novas práticas educacionais e podem melhorar cada vez mais o seu trabalho em sala de aula.



Dados fornecidos pela Profª Jailma Figueiredo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

REUNIÃO DE PAIS

Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases-Lei 9.39496) “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana...”.
As escolas brasileiras possuem características similares quando o assunto é reunião de pais, isso por que todas realizam esse procedimento. As reuniões acontecem em geral em determinados períodos do ano, especialmente no fechamento dos bimestres, momento que marca a entrega de notas. O sistema brasileiro de ensino propõe que um aluno para avançar nas séries de ensino subseqüentes deve obter notas mínimas em todas as disciplinas, desse modo, os principais objetivos das periódicas reuniões é justamente para discutir esse assunto. Em praticamente todas as reuniões promovidas pelas escolas as realidades são idênticas, até mesmo a estrutura delas são parecidas, os pais dos alunos que obtiveram notas elevadas e que apresentam bom comportamento são parabenizados e os pais daqueles que não atingiram as médias estabelecidas pela escola e que não apresentam comportamento apreciado, são alertados quanto à falta de interesse e disciplina do filho. A concepção de grande parte dos educadores em momento de reunião de país é de “vingar” do aluno, pois existe a possibilidade de colocar os pais contra os filhos a partir do “arsenal” de informações negativas obtidas no decorrer do bimestre e que nesse momento é emitido para os responsáveis. Esses educadores esperam não uma melhoria e sim uma punição por parte dos pais. Esse agrupamento escolar não deve ter tal configuração, pois ao invés de promover uma evolução positiva pode dificultar o desenvolvimento do aluno. A escola deve abrir espaços para solucionar ou pelo menos buscar alternativas para uma melhoria na realidade escolar do aluno, desse modo deve-se estabelecer parcerias entre a escola e os pais, para que haja uma condução positiva dos possíveis problemas, além disso, os professores devem compreender a realidade em que vive determinado educando, para que não venha fazer julgamentos precipitados a respeito do mesmo. Isso faz parte da realidade de muitas crianças, adolescentes e jovens, quando alguns alunos não apresentam bons resultados escolares são reprimidos ou excluídos como um ser para o qual não há solução, sendo que muitas vezes esse indivíduo é fruto de lar desestruturado, pais separados, quando existe alcoolismo na família, violência, dentre muitas outras mazelas de ordem familiar. Nesse sentido é que a reunião deve se focalizar, na troca de informações para que a partir desse ponto possa elaborar de forma conjunta uma solução, e que não se resuma somente em períodos de fechamento de notas, mas no decorrer de todo o ano. Essa perspectiva não é algo que ocorre na totalidade das escolas, ou seja, não é uma regra, porém é a pratica mais difundida no meio escolar, nesse caso o melhor é planejar objetivos e questionamentos direcionados à família e que essa também agregue contribuições, uma vez que a escola não consegue educar sozinha. A educação deve ser instituída com a participação efetiva de pais e escola. As reuniões devem fazer parte da realidade escolar como algo harmonioso e um centro de soluções para vida escolar dos alunos.


Por Eduardo de Freitas

Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 19 de maio de 2011

LIMITES


Muito se tem discutido em nossa sociedade a respeito da necessidade de se impor limites às crianças. Mas que limites? E como fazê-lo? Philippe Perrenoud tem um livro fantástico, cujo título - “Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza” – traduz bem esta angústia de pais e professores. Não existem receitas para saber como impor limites, nem listas com os limites que as crianças de cada idade devem ter, isto varia de família para família, de pessoa para pessoa.


O limite aceitável de “bagunça” de uma casa é diferente em outra, para uma família é permitido comer biscoitos antes do jantar, em outra não, por exemplo. Diz o bom senso que o nosso limite acaba quando começa o do outro, mas nos dias atuais está difícil, até mesmo para muitos adultos, enxergar o outro. Assim sendo, seguem algumas dicas importante em se tratando de limites.


Firmeza com amor – sempre que a dúvida de como agir, ou a angústia de não saber estar agindo da melhor forma, surgir, pergunte-se se está fazendo com amor. Firmeza não é sinal de desamor, nem de violência. É possível (e recomendável) que sejamos firmes, amorosamente. A firmeza passa segurança para as crianças. Muitas vezes, quando elas insistem em nos contrariar, estão apenas certificando-se de que estamos certos e confiantes da resolução que tomamos. Por isso as crianças gostam das regras e dos limites, para se sentirem seguras. Devemos assumir o controle da situação. (isto inclui não transferir a autoridade para o outro responsável, o guarda, o “moço da loja ou do restaurante”, o lobo, a tia, etc.)


Ao mesmo tempo, é necessário que reflitamos, apesar da urgência do momento, alguns segundos pelo menos, antes de dizer “sim” ou “não”. E uma vez tomada a decisão, que possamos manter a palavra.


A constância é muito importante na tarefa de educar. Às vezes um dia em que não se está “a fim de se aborrecer”, desconstrói todo um trabalho que havia sido feito. Neste caso, não resta outra solução a não ser começar tudo outra vez.


Educar é uma tarefa árdua, pois tem que ser todo-o-dia. Se um dia pode algo e outro não, a criança fica confusa, e vai tentar que no dia seguinte possa também. É claro que as situações são diferentes e complexas. Não dá para ser tudo igualzinho. Neste caso, explique de uma maneira simples. Mesmo que a criança não entenda 100% o seu argumento, entenderá a explicação através da emoção, do tom de voz.


É preciso que haja coerência nas nossas ações. Falando em coerência, lembremos que o exemplo ainda é uma ótima maneira de educar...Uma outra dica é não “entrar em discussão” com a criança. Falar mil vezes a mesma coisa, por exemplo. Uma vez é suficiente. Repetir não fará com que ela faça o que está sendo pedido, a não ser, na milésima vez, quando então o pedido for mais incisivo, ou acompanhado de outras atitudes... Que tal olhar no olho do nosso filho e pedir-lhe que vá tomar banho, ou fazer a lição de casa, ou desligue a televisão? Se não funcionar da primeira vez podemos nós mesmos leva-lo a fazer.


É preciso dar importância e seriedade ao que falamos, só então nossos filhos farão o mesmo. Será que quando falamos “mil vezes”, as primeiras vezes não foram apenas por hábito, sem que nós mesmos acreditássemos em nossa ordem?Todas estas medidas devem ser acompanhadas de outras como o respeito, o incentivo, a promoção da autonomia e da responsabilidade.


Não adianta impor limites se infantilizamos a criança. Yves de La Taille utiliza a metáfora do limite em dois sentidos: o de impor limites – que foi abordado aqui até agora – e o de transpor limites: como superar-se. Uma criança que consegue, por exemplo, andar pela primeira vez de bicicleta sem rodinha, vestir-se só, tirar uma boa nota na escola, aprender a nadar, fazer amigos, etc... o primeiro sentido da metáfora só é válido se for acompanhado do segundo, caso contrário estaremos apenas tolhendo nossos filhos. Fazer a criança participar da vida da família é outra dica. Muitos pais reclamam que os adolescentes são alheios aos problemas da casa, mas é preciso que ele seja acostumado a sentir-se integrante desta família, com tarefas e responsabilidades, não só relativas a ele, como manter seu quarto arrumado, mas que o fazem sentir-se útil ao grupo familiar.


Desde pequenas as crianças podem ajudar, por exemplo, colocando a mesa para uma refeição, guardando as compras na geladeira, cuidando dos animais de estimação, etc. Conforme vão crescendo suas responsabilidades podem ir aumentando.


Resumindo: firmeza, constância, coerência, amor, respeito, responsabilidade.


A tarefa de educar torna-se menos árdua quando podemos dividi-la.


Referências bibliográficas:


PERRENOUD, Philippe. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. Porto Alegre: Artmed, 2001.


TAILLE, Yves de. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo: Ática, 2006.

O QUE É PSICODRAMA

"Drama" significa "ação" em grego. Psicodrama pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação. É um método de pesquisa e intervenção nas relações interpessoais, nos grupos, entre grupos ou de uma pessoa consigo mesma. Mobiliza para vivenciar a realidade a partir do reconhecimento das diferenças e dos conflitos e facilita a busca de alternativas para a resolução do que é revelado, expandindo os recursos disponíveis. Tem sido amplamente utilizado na educação, nas empresas, nos hospitais, na clínica, nas comunidades.O Psicodrama é uma parte de uma construção muito mais ampla, criada por Jacob Levy Moreno, a Socionomia. Na verdade, a denominação da parte foi estendida para o todo e, quando as pessoas usam o termo Psicodrama, estão, geralmente, se referindo à Socionomia.


Ciência das leis sociais e das relações, a socionomia é caracterizada fundamentalmente por seu foco na intersecção do mundo subjetivo, psicológico e do mundo objetivo, social, contextualizando o indivíduo em relação às suas circunstâncias. Divide-se em três ramos: a Sociometria, a Sociodinâmica e a Sociatria, que guardam em comum a ação dramática como recurso para facilitar a expressão da realidade implícita nas relações interpessoais ou para a investigação e reflexão sobre determinado tema.A Sociometria, através do teste sociométrico, mensura as escolhas dos indivíduos e expressa-as através de gráficos representativos das relações interpessoais, possibilitando a compreensão da estrutura grupal.A Sociodinâmica investiga a dinâmica do grupo, as redes de vínculos entre os componentes dos grupos.A Sociatria propõe-se à transformação social, à terapia da sociedade.A Sociodinâmica e a Sociatria têm objetivos complementares e utilizam-se das mesmas técnicas: o Psicodrama, o Sociodrama, o Role Playing, o Teatro Espontâneo, a Psicoterapia de Grupo.Enquanto técnicas, a diferença entre o Psicodrama e o Sociodrama consiste em que no primeiro o trabalho dramático focaliza o indivíduo - embora sempre visto como um ser em relação - e no segundo focaliza o próprio grupo.A transformação social e o trabalho com a comunidade era o grande sonho de Moreno. No começo do século XX, ele ia às praças e ruas de Viena e relacionava-se com crianças e adultos, estimulando-os a descobrirem novas formas de estar no mundo. A filosofia do momento, que embasa a teoria e a prática psicodramática, foi sendo configurada através de sua observação do potencial criativo do ser humano.Desde então, o Psicodrama vem se transformando, desenvolvendo-se como teoria e como prática. Profissionais da área clínica adaptaram-no para o atendimento processual em consultório, muitas vezes num enquadre de psicoterapia individual, trazendo novas contribuições para a teoria psicodramática do desenvolvimento emocional e para a compreensão da psicopatologia, assim como para a configuração de modelos referenciais na compreensão da experiência emocional humana e dos grupos. Neste contexto, mais comumente, a expressão dos impedimentos e conflitos envolve tensão, agressividade e, principalmente, o reconhecimento e acolhimento da dor psíquica.Na última década, testemunhamos um resgate das origens do Psicodrama no teatro e no social, com inúmeras contribuições para a metodologia psicodramática. Novas modalidades do teatro espontâneo foram apresentadas para trabalhar questões humanas mantendo a privacidade das pessoas, condição necessária para o trabalho educacional.A prática psicodramática, em suas inúmeras modalidades, começa pelo envolvimento das pessoas com o tema ou com a experiência a ser vivenciada, através de lembranças ou histórias do cotidiano dos indivíduos e/ou das organizações.Cabe ao diretor manejar as técnicas psicodramáticas, como recursos de ação, para garantir o envolvimento do grupo e a escolha da cena protagônica, que refletirá a experiência dos presentes. Ele vai convidando todos para participarem na criação conjunta do enredo, favorecendo a emergência da realidade grupal.Neste sentido, o Psicodrama é facilitador da manifestação das idéias, dos conflitos sobre um tema, dos dilemas morais, impedimentos e possibilidades de expressão em determinada situação. Fundamentado na teoria do momento e no princípio da espontaneidade, promove a participação livre de todos e estimula a criatividade na produção dramática e na catarse ativa.Finaliza-se com os comentários, inicialmente dos participantes da cena e depois do grande grupo, com a identificação da realidade que acaba de ser vivenciada e com o levantamento de soluções possíveis para as questões abordadas.No trabalho com o social, buscam-se soluções práticas e reais para os problemas, contribuindo para a descoberta de alternativas que promovam o desenvolvimento sustentável nas comunidades.O principal objetivo da ação dramática é favorecer aos membros do grupo a descoberta da riqueza inerente em vivenciar plenamente o status nascendi da experiência grupal, participando com a maior honestidade possível no momento. Desta maneira, os participantes recriarão no grupo seus modelos de relacionamento, confrontando e sendo confrontados com as diferenças individuais, condição necessária para apreenderem a distinção entre sua experiência emocional e a dos outros, sendo cada um deles agente transformador dos demais.O Psicodrama vem expandindo suas fronteiras, ampliando a diversidade de experiências de intervenção psicossocial . Acompanhando esta expansão, a produção científica tem procurado aprofundar as questões provocadas por esta prática renovada.Os psicodramatistas são profissionais de diferentes áreas: médicos, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, profissionais de RH, todas as pessoas que em seu exercício profissional trabalham com grupos.

SETOR PSICOSSOCIAL PARTICIPA DE REUNIÃO DE PAIS NA EMEF "PROFESSOR OLIVEIRA"

O setor Psicopedagógico e Social participou da reunião de pais nos dois turnos no último dia 17 de maio. O momento foi de acolhida aos pais que participaram de uma palestra proferida pela Assistente Social Jacqueline Marques Xavier sobre a temática da importância da família junto a escola e a questão dos limites. Para tanto se baseou nos 11 pontos positivos mostrados pelo educador brasileiro Frei Anselmo onde destaca o que os pais poderiam fazer para transformar o filho num verdadeiro homem, livre e responsável.

Aproveitando o momento foi também esclarecido alguns pontos da Bolsa Família. E sequenciando a reunião os pais foram dirigidos para as salas de aula por ano para o recebimento dos boletins e conversas com seus respectivos professores.



A participação do setor Psicossocial finalizou com uma mensagem de um pedido de um filho aos pais.








SOMOS PROFESSORES OU GUIAS TURÍSTICOS?



Questionamentos sobre a ênfase na descrição na escola básica existem há muito tempo. O ensino conteudista e mnemônico está presente na relação ensino-aprendizagem e isso pode tornar a escola um ambiente desinteressante para os alunos e, até mesmo, para os professores. Em meados do século XX, Jean Michel Brabant já escrevia sobre essa temática. A necessidade de aproximação da escola com o cotidiano e a urgência em favorecer a politização do aluno faziam parte de suas falas. Há professores que mais parecem guias turísticos dentro da sala de aula do que estimuladores da pesquisa e da investigação. Há aulas em que os alunos se sentem como turistas: "à esquerda, eles podem ver isso e, à direita, aquilo". Eles pouco se lembram do conteúdo lecionado. Se o aluno participar da escolha de sua viagem, possivelmente, a participação em sala de aula tenderia a ser fomentada. Se antes da apresentação de um conteúdo houver um estudo prévio e mais perguntas que respostas, com certeza, a apropriação do conteúdo será mais significativa. A ênfase na pesquisa, na investigação, na coleta de informações, na realização e interpretação de entrevistas e, principalmente, no trabalho de campo pode favorecer a ampliação de novos significados por parte dos alunos. Fomentar os alunos com mais perguntas do que respostas é o principal desafio da educação básica. Só assim será possível visualizar um país com uma população jovem mais politizada e qualificada.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

MEC CONFIRMA ENEM NOS DIAS 22 E 23 DE OUTUBRO



Por Rafael Vaz



O Ministério da Educação (MEC) confirmou na noite desta terça-feira (17) que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 será realizado nos dias 22 e 23 de outubro.



Haverá outra prova em maio de 2012, mas a data deve ser divulgada pelo ministério na manhã desta quarta (18).



Com uma prova marcada para o primeiro semestre de 2012, confirma-se a intenção do MEC em aplicar duas edições do Enem por ano.



Em recente entrevista ao G1, o ministro Fernando Haddad disse que a realização de duas edições “dependeria de muita gente”, como os organizadores, gráficas e esquema de segurança envolvidos, e que o processo seria aperfeiçoado para evitar problemas em edições passadas, como o vazamento de provas em 2009 e os erros de impressão em um lote de provas em 2010. “Eu, sinceramente, acho que o processo de 2010 foi muito melhor que o de 2009. Então, eu entendo que o de 2011 será melhor que o de 2010″, disse o ministro.



O MEC deu início em 2009 a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.



Em 2010, mais de 4 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame. A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). No total, 59 instituições utilizaram o Enem integral ou parcialmente como forma de acesso dos candidatos no ingresso à universidade.

SETOR PSICOSSOCIAL PARTICIPA DO PLANEJAMENTO DA EMEF MANOEL ROBERTO

No final da tarde da quarta-feira (18 de maio) a equipe técnica do setor Psicossocial da Secretaria Municipal de Educação participou do planejamento de ensino quinzenal realizado na unidade escolar "Manoel Roberto" situada no bairro do Jatobá.

O momento foi muito especial e o setor Psicossocial abriu as atividades do planejamento com a apresentação da equipe de trabalho. Logo em seguida para dinamizar as atividades realizou uma ginástica cerebral para que todos aproveitassem bastante o tempo disponível no encontro.



Após a ginástica, o trabalho foi sequenciado por uma "roda de conversas" entre os participantes com a temática: VAMOS MOTIVAR EM SALA DE AULA?

A equipe do setor Psicossocial parabeniza a EMEF "Manoel Roberto" por esse momento tão especial e agradece o convite que foi feito a nossa equipe para a participação no planejamento quinzenal das atividades escolares.











PAULO FREIRE - O DIÁLOGO É A BASE DE TUDO



Quem foi Paulo Freire?Paulo Reglus Neves Freire, pernambucano, nasceu em Recife, no dia 19 de setembro de 1921. Uma das motivações para a sua elaboração pedagógica partiu de seus estudos sobre a linguagem do povo.Paulo Freire participou do Movimento de Cultura Popular (MCP) do Recife; do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife, sendo um dos seus fundadores e primeiro diretor. Destaca-se, principalmente, o trabalho realizado em Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde começaram as primeiras experiências de alfabetização – o Método Paulo Freire.Em 1963, é chamado a Brasília para coordenar, no MEC, a criação do Programa Nacional de Educação. O golpe militar de 1964 reprimiu todos os trabalhos de mobilização popular. Paulo Freire foi acusado de subverter a ordem ao utilizar suas campanhas de alfabetização, sendo preso e exilado por mais de 15 anos.Esteve em países como Chile, Bolívia, Suíça, Tanzânia e Guiné-Bissau. Participou de consultorias educacionais e desenvolveu programas de alfabetização. Em 1980, voltou ao Brasil e assumiu cargos de docência na PUC – SP e na Unicamp. Entre 1989 e 1991, na gestão de Luiza Erundina (PT), trabalhou como secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo. É autor de uma vasta obra traduzida em várias línguas. Dentre os livros mais conhecidos estão a Educação como Prática da Liberdade e a Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire morreu em 2 de maio de 1997, em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.




fonte: O Globo-Educação

CAMINHADA DA PAZ - CAMPANHA DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA, AO ABUSO E A EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído pela Lei Federal 9.970/00, é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território nacional. Essa data foi escolhida porque aconteceu em 18 de maio de 1973 na cidade de Vitória_ES o crime da menina Araceli que com 8 anos de idade teve todos os seus direitos humanos violados: foi drogada, estuprada, queimada com ácido e assassinada. Esse crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune. A violência sexual praticada contra a criança e o adolescente envolve vários fatores de riscoe vulnerabilidade.

Em nossa cidade, esses crimes ocorrem todos os dias e variam como sendo: tráfico, pornografia, abuso e exploração sexual, potencializando a gravidez na adolescência, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS, o estímulo ao uso de drogas e a entrada e permanência de meninas e meninos nas redes de exploração sexual. Queremos convocar todos - família, escola, sociedade civil, governos, instituições de atendimento, igrejas, universidades, mídia - para assumirem o compromisso no enfrentamento da violência sexual, promovendo e se responsabilizando para com o desenvolvimento da sexualidade de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida.


Mais uma vez o setor Psicopedagógico e Social da Secretaria Municipal de Educação participa desse ato e compromisso social na "Caminhada da Paz" - Campanha de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ENSINAR PARA APRENDER



Não tente ser o Sol. Seja você mesmo. Apenas, aqueça com o brilho dos seus olhos e com o calor do seu sorriso, o coração de quem você ama!!" Bidu Mendes
Há pessoas que buscam incansávelmente o crescimento, o aperfeiçoamento profissional através de cursos, pós-graduações, especialidades, com o objetivo de melhorar o currículo, ganhar promoções no trabalho, alcançar maior prestígio e consideração de chefes, subalternos e da sociedade. Têm ânsia de aprender. Isso é positivo, porque quem se acomoda não vai para frente, perde a utilidade. Mas aprender apenas com objetivos materialistas não produz os efeitos desejados. Porque só cresce de verdade quem transmite os seus conhecimentos para outra pessoa, quem tem o desejo sincero de formar alguém melhor do que si mesmo, sem medo de perder posições, da concorrência.Ao formar alguém, vamos sendo formados e esse é o caminho mais seguro para o crescimento. O homem nasce com a missão de evoluir espiritualmente e, quanto mais conhecimento adquirir, melhores condições terá de cumprir sua missão.
Ensinar é o melhor meio de aprender. Por isso, omitir informações com medo de ser superado é um grande equívoco, além de egoísmo e falta de confiança na sua própria capacidade de evolução. Quem pensa assim, pode até ser considerado uma pessoa inteligente, mas jamais terá sabedoria, que é fruto da união da mente com o coração.
A pessoa inteligente só detecta o que é visível, o sábio enxerga a alma, pois consegue perceber o que não é material, como é o caso do sentimetno e do pensamento.Pos isso, se alguém quer crescer precisa se esforçar para formar alguém que seja muito melhor do que si mesmo, dar vida a outra pessoa para, assim, conquistar a oportunidade de ganhar uma nova missão e continuar evoluindo. Só que a formação do ser humano não é algo fácil. Não acontece do dia para a noite. é preciso abrir o coração, alimentar o relacionamento com amor, ser mais (e mais) tolerante, controlar a ira e a "vontade de esganar a outra pessoa, abrindo sua cabeça para fazê-la entender". A paciência é um dos termômetros do amor.
Se quisermos medir a quantidade de amor altruísta que possuímos é muito simples: basta refletir sobre o nosso grau de tolerância. Orientar uma vez, falar a segunda, repetir a terceira,a quarta, a quinta vez e não se cansar até a pessoa assimilar completamente, praticando o que aprendeu. Para formar um homem que seja útil a Deus e à humanidade é preciso gastar muita saliva, utilizar o corpo, a mente e o coração, amá-lo como a um filho.
Quanto mais amor consegue doar, mais se fortalece e caminha para o sucesso.Algumas pessoas sempre dão a desculpa de que não têm tempo para se dedicar à formação de outra. O tempo é o homem quem faz, planeja, administra. Há homens que conseguem realizar grandes obras em 24 horas, outros afirmam veementemente que estão ocupadíssimos, mas não fazem nada de concreto. Os primeiros dão vida ao tempo. Os segundos se perdem em desculpas, querem os méritos de serem reconhecidos como "vítimas da realidade estressante".Quem tem sinceridade e fidelidade ultrapassa qualquer barreira, por maior que seja. Cultiva o pensamento forte e constantemente positivo.
Acredita que é o único responsável pelo seu destino e que só depende dele a força para alcançar a felicidade. Pessoas assim são líderes, os únicos com real capacidade de mudar o mundo. E além de tudo são sábias porque reconhecem que resta pouco tempo para semear o futuro e estão se esforçando para fazer o máximo, tornando-se elementos úteis nesta nova era que se aproxima.
Profº Dr Gilberto Teixeira USP