sexta-feira, 1 de junho de 2012


Origem da Festa Junina 
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
 Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.  
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.  
Festas Juninas no Nordeste 
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas. 
Comidas típicas 
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais. 
Tradições 
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
Mas você sabe de onde partiu essa idéia de festa junina?
http://marmota.org/blog/images/junina2406a.gif
Curiosamente, a origem dos festejos não tem nada de católico: as mais antigas comemorações ao redor da fogueira eram consideradas pagãs pela Igreja! Estas festas bárbaras (e aqui “bárbara” não quer dizer “chiquérrima” ou “poderooosa”) datam por volta do Século VII, e celebravam o início do verão na Europa. O fogo e a dança eram usados para afugentar espíritos malignos e pedir sucesso na colheita.
Pois o que era diabólico na Idade Média chegou ao Brasil com a colonização portuguesa, sempre com a tal conotação agrícola. Como tudo nesse país, a festa sofreu todo tipo de influência dos povos que aqui viviam. A começar pelos cristãos, que trocaram o motivo da comemoração: ao invés do solstício, os santos.
http://marmota.org/blog/images/junina2406c.gifAntônio viveu no Século XII e fez sucesso no Brasil justamente por ter nascido em Lisboa. Ganhou fama de casamenteiro, apesar de sua biografia não revelar nenhuma história que garanta isso. Tão inexplicável quanto a tradição de deixar sua imagem de cabeça para baixo até encontrar o par desejado… Ficou ainda mais forte assim que inventaram o dia dos namorados, na véspera do dia 13.
Os outros dois figuram como grandes personagens do catolicismo: João Batista era primo de Jesus – sua mãe Isabel, prima de Maria, acendeu uma fogueira assim que o filho nascera (mais um sentido pro símbolo da festa). Pedro, o pescador, é um dos fundadores da religião – e considerado o primeiro papa.
Ao mesmo tempo, costumes negros e indígenas foram adicionados às tradições européias e cristãs, transformando a nossa festa junina em algo tipicamente nacional. Só no Brasil você encontra um povo tão religioso e animado – especialmente no nordeste, onde Campina Grande (Paraíba), Caruaru (Pernambuco) e Aracaju (Sergipe) passam o mês inteiro à base de forró, boi bumbá, milho e leite de coco.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ética e amorosidade

Frei Betto

Ao longo da história, normas de conduta ética derivaram das religiões. Deuses e seus oráculos prescreviam aos humanos o certo e o errado, o bem e o mal. Forjou-se o conceito de pecado, tudo aquilo que contraria a vontade divina. E injetou-se no coração e na consciência dos humanos o sentimento de culpa.Deuses
Cada comunidade deveria indagar aos céus que procedimento convinha, e acatar as normas éticas ditadas pelos deuses. Sócrates (469-399 a.C.) também fitou o rumo do Olimpo à espera dos ditames éticos das divindades que ali habitavam. Em vão. O Olimpo grego era uma zorra. Ali imperava completa devassidão.
Foi a sorte da razão. E o azar de Sócrates; por buscar fundamentos éticos na razão foi acusado de herege e condenado à morte por envenenamento.
Apesar da herança filosófica socrática contida nas obras de Platão e Aristóteles, no Ocidente a hegemonia cristã ancorou a ética no conceito de pecado.
Com o prenúncio da falência da modernidade e a exacerbação da razão, o Ocidente, a partir do século 19, relativizou a noção de pecado. Inclusive entre cristãos, bafejados por uma ideia menos juridicista de Deus e mais amorosa e misericordiosa.
Estamos hoje na terceira margem do rio… Deixamos a margem em que predominava o pecado e ainda não atingimos a da ética. Nesse limbo, grassa a mais deslavada corrupção. O homem se faz lobo do homem.
Urge chegar, o quanto antes, à outra margem do rio. Daí tanta insistência no tema da ética. Empresas criam códigos de ética, governos instituem comissões de ética pública, escolas promovem debates sobre o assunto.
Basta olhar em volta para perceber a deterioração ética da sociedade: o presidente galardeado com o Nobel da Paz promove guerras; crianças praticam bullying nas escolas; estudantes agridem e até assassinam professores; políticos se apropriam descaradamente de recursos públicos; produções de entretenimento para cinema e TV banalizam o sexo e a violência.
Já que não se pode esperar ética de todos os políticos ou ética na política, é preciso instaurar a ética da política. Introduzir na reforma política mecanismos, como a Ficha Limpa, que impeçam corruptos e bandidos de se apresentarem como candidatos. Estabelecer mecanismos de rigoroso controle e eventual punição (como a revogação de mandatos) de todos que ocupam o poder público, de tal modo que os corruptos em potencial se sintam inibidos frente à ausência de impunidade.
“Tudo posso, mas nem tudo me convém”, escreveu o apóstolo Paulo na Primeira Carta aos Coríntios (6, 12). Este parâmetro sinaliza que a ética implica tolerância, respeito aos valores do outro, evitar causar desconfortos na convivência social.
O fundamento da ética é o amor. Era nele que Paulo “tudo podia”. “Ama e faze o que quiseres”, disse Santo Agostinho três séculos depois do apóstolo.
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Veríssimo e Cristovam Buarque, de “O desafio ético” (Garamond), entre outros livros. http://www.freibetto.org/twitter:@freibetto.
Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br).

Fadiga Visual

É cada vez maior a quantidade de pessoas usuárias de microcomputadores que se queixam de problemas nas vistas.
O uso de computadores tem gerado problemas como a Síndrome Visual do Usuário de Computador, mais conhecida como fadiga visual. Esse problema afeta entre 70% e 90% dos usuários de informática. Os sintomas mais comuns são: dor de cabeça, olhos vermelhos, lacrimejamento em excesso ou olho seco, sonolência e vista cansada.
As causas da síndrome estão relacionadas com o uso constante do microcomputador. Quando utilizamos o micro, movimentamos pouco o globo ocular e piscamos, em média, cinco vezes menos que o normal, o que prejudica a troca do filme lacrimal, película que é responsável pela umidade na superfície do globo ocular. Os ambientes refrigerados e as lentes de contato agravam ainda mais o ressecamento.
Para amenizar o problema, os usuários de microcomputadores devem:
- Deixar o monitor 10 a 20° abaixo do nível dos olhos.
- A distância entre a tela do monitor e os olhos deve ser de 60cm.
- O monitor não deve ficar de frente para a janela, pois a luminosidade causa ofuscamento, e nem de costas, porque forma sombras e reflexos que causam desconforto.
- O usuário deve também evitar o excesso de luminosidade das lâmpadas e luz natural, pois as pupilas se contraem e geram cansaço visual.
- O usuário deve regular sempre a tela com o máximo de contraste, e não de luminosidade, e manter a tela do monitor sempre limpa.
- É importante também, a cada hora, descansar de 5 a 10 minutos saindo da frente do computador e piscar voluntariamente quando estiver usando o micro.
Os tratamentos variam conforme o caso e os sintomas. Os problemas mais comuns são a miopia transitória em crianças e a presbiopia, ou vista cansada, nos adultos, principalmente naqueles que têm acima de 40 anos.
Fonte: Informativo FUNDAFFEMG

Excesso de peso nas mochilas

Com a volta às aulas, aparece o velho problema do excesso de peso das mochilas das crianças e adolescentes. Como fazer com que eles carreguem todo aquele peso sem prejudicar a coluna?
As mochilas muito pesadas podem levar os adolescentes a sentirem dores nas costas, nos ombros e no pescoço, desenvolver postura incorreta, apresentar desvios na coluna vertebral, gerar transtornos como estresse muscular e dores. Além disso, causa também distensões musculares, fraturas ou alterações permanentes de postura, como a famosa “corcunda”.
O ideal é que utilizem as mochilas com rodinhas, para evitar problemas na coluna, mas muitas resistem por causa da moda. Caso não queira utilizar as mochilas de rodinha, os pais devem ficar atentos para que o peso delas nunca ultrapasse mais de 10% de seu peso. A mochila deve ser carregada de forma que possa ser distribuída nos dois ombros, para que o peso fique na região do central corpo.
Os pais devem observar sempre se seu filho se queixa de dores nas costas ou dores musculares constantes. Caso isso aconteça, é importante considerar que tais queixas são um sinal de alerta de possíveis problemas na coluna. Os pais também devem procurar levar seus filhos ao pediatra pelo menos uma vez ao ano, para que sejam detectados no início problemas ligados à coluna, como a escoliose.
Dicas:
- trocar os cadernos por fichários e levar só o bloco com as folhas que serão utilizadas;
- exigir que as escolas disponibilizem armários;
- o fundo da mochila deve ficar apoioado na curva da zona lombar. Nunca deve ficar mais de 10 cm abaixo da região da cintura da criança;
- dispor os livros de forma que não fiquem soltos, provocando movimentos de desequilíbrio e sobrecarga de impacto;
- pratica de atividades aquáticas, como natação, aumentam a resistência muscular das crianças e dos adolescentes.
Fonte: Informativo FUNDAFFEMG

Adolescência saudável

A saúde do adolescente tem como características as ações e o enfoque preventivo e educativo dirigido a todos os jovens entre 10 a 19 anos. Nesta dica abordaremos três aspectos importantes para uma adolescência saudável:
Saúde bucal:
Cuidar dos dentes não é só uma questão de beleza. Eles são fundamentais para a saúde geral do corpo. Antes de escová-los, passe o fio dental delicadamente entre eles; escolha uma escova de cerdas macias para não machucar a gengiva; não é necessário usar muita pasta de dente, o mais importante é escovar de forma correta. Com os dentes limpos, escove também a língua; fazendo isso após as refeições e, principalmente, antes de dormir, sua boca estará livre de cáries e de problemas na gengiva.
Alimentação:
Para ser saudável, a alimentação precisa ser saborosa, colorida, acessível e equilibrada em termos de nutrientes. Estes são os dez passos para uma alimentação saudável:
1. aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras;
2. coma feijão pelo menos uma vez por dia, no mínimo quatro vezes por semana;
3. reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos;
4. reduza o consumo de sal;
5. faça pelo menos três refeições e um lanche por dia;
6. reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar;
7. reduza o consumo de refrigerantes;
8. aprecie a sua refeição, coma devagar;
9. mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis;
10. seja ativo! Movimentes-se para ser feliz!
Acne:
Os hormônios fazem o corpo produzir um pouco mais de gorduras, que se acumulam e tampam os poros da pele, provocando o aparecimento de cravos e espinhas. Você não deve espremê-los, pois podem inflamar e deixar marcas na pele. Para cada tipo de acne há um tratamento. Procure um dermatologista e ele vai indicar o mais apropriado para o seu caso, mas não tenha pressa, pois um bom tratamento costuma demorar uns três meses para mostrar os resultados. De qualquer forma, ter uma alimentação saudável e balanceada ajudará muito a saúde de sua pele.
 
Fonte: Ministério da Saúde

Gagueira não tem graça, tem tratamento.

A gagueira ocorre quando a continuidade do fluxo de fala é interrompida de forma anormal por repetições ou prolongamentos de um som, sílaba ou postura articulatória, ou por comportamento de evitação e esforço.
Não existe uma causa definida. A gagueira pode ser de etiologia orgânica, psicológica, comportamento adquirido ou multicausalidade. Existe uma gagueira considerada “normal” (gagueira do desenvolvimento) que ocorre durante o desenvolvimento da fala da criança, porem não pode ultrapassar os cinco anos de idade e não prevalecer por mais de seis meses consecutivos.
O tratamento fonoaudiológico consiste em técnicas terapêuticas para estimular a fluência da fala. Quando o paciente é comprometido, os resultados são efetivos e surpreendentes.
Veja algumas orientações para a família ou amigos de quem convive com alguma pessoa gaga:
-Diante de hesitações da fala da pessoa que gagueja, dê-lhe tempo para falar e mantenha o contato ocular.
-Promova atitudes de aceitação e respeito por parte dos familiares e colegas, evitando gozação e apelidos.
-Estimule a participação em atividades variadas, algumas em que sua fala não seja necessária.
-NÃO corrija a fala de pessoa que gagueja. Não diga “calma”, “respire”, “devagar”, “comece de novo” etc.
-NÃO interrompa a fala.
-NÃO demonstre estar desconfortável, impaciente ou irritado com a forma de falar da outra pessoa.
Para maiores informações, procure um fonoaudiólogo.
Fonte: Veruska Campos Sales, fonoaudióloga, credenciada da FUNDAFFEMG – em entrevista para o Informativo FUNDAFFEMG & Você.

Amorosidade. Afinal, o que é isso?

“Há dois tipos de pessoas no mundo. As que vivem em estado de egoísmo e as que vivem em estado de amor.” Essa frase da professora Adelaide Moritz exemplifica bem o que é essa tal de amorosidade e qual é a diferença do que chamamos de amor.

Amorosidade é viver em estado de amor, é um hábito de quem é capaz de amar. Como? Aceitando o outro como ele é e respeitando-o, mesmo com todas as diferenças. Amorosidade não é um sentimento. É uma qualidade que precisa ser desenvolvida e trabalhada nas pessoas. Ela é o oposto do egoísmo. É amar sem esperar algo em troca, amar por amar, simplesmente porque isso lhe faz bem e faz bem a quem está ao seu redor. A amorosidade contagia à medida que ela é disseminada. Se você trata alguém com respeito e tolerância, você também será tratado assim.

O cuidado, o respeito, a confiança e a tolerância, misturados com o amor, são ingredientes para a receita da amorosidade. Assim, é importante ter sempre essa fórmula em mente e praticá-la no dia-a-dia, na escola, com a família, com os amigos e com todos que fazem parte da sua vida. Assim, você se tornará uma pessoa cada dia melhor.

PSICOMOTRICIDADE


"É possível, através de uma ação educativa, a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais, favorecer a gênese da imagem do corpo, núcleo central da personalidade.
Contudo, uma certa confusão reina atualmente no domínio da terminologia e da formulação das finalidades em psicomotricidade. Diferenciamos, por nossa parte, a educação psicomotora da terapia psicomotora. Estas duas atitudes correspondem a necessidades diferentes.
A educação psicomotora concerne uma formação de base indispensável a toda criança que seja normal ou com problemas. Responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta possibilidades da criança e ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano.
A terapia psicomotora refere-se particularmente a todos os casos-problemas nos quais a dimensão afetiva ou relacional parece dominante na instalação inicial do transtorno. Pode estar associada à educação psicomotora ou se continuar com ela.
Nos casos graves, a última hipótese parece preferível na medida em que o primeiro tempo de ação terapêutica deverá se fazer fora de toda preocupação de desenvolvimento funcional metódico.
Ao contrário, a reeducação psicomotora impõe-se nos casos onde o déficit instrumental predomina, ou corre o risco de acarretar secundariamente problemas de relacionamento."

"A educação deve acontecer de maneira prazerosa, o professor deve criar situações para que o aluno se apaixone pela escola"!

Antes que seja tarde

Cinco sugestões para fortificar a amorosidade na docência

Há momentos em nossa trajetória docente nos quais vários princípios precisam ser relembrados, de modo a fortalecer a certeza da impossibilidade de desistir e, ao mesmo tempo, reforçar a convicção do lugar imprescindível da prática pedagógica honesta, leal e amorosa. Por isso, no livro A ESCOLA E O CONHECIMENTO (Cortez/ Instituto Paulo Freire) registrei reflexões que, agora, com a intenção de reanimar nossa razão de ser, retomo em forma de pentálogo.
  1. Como o interior de uma relação afetiva, o saber impõe dedicação, confiança mútua e prazer compartilhado. No lugar dessa relação, o tamanho, o arranjo e a localização espacial não importam muito, desde que a partilha seja agradável e justa. Cada um dos envolvidos nessa situação traz o que já tinha para trocar, só que a troca não deve levar a perdas. Por ser uma repartição de bens, todos precisam se esforçar para que cada um fique com tudo.
  2. A educação é um espaço para confrontos, conflitos, rejeições, antipatias, paixões, adesões, medos e sabores. Por isso, essa relação exala humanidade e precariedade. A tensão contínua do compartir conduz, às vezes, a rupturas emocionadas ou a dependências movidas pelo temor da solidão; afinal, ser humano é ser “junto”, o que implica um custo sensível.
  3. A criação e  a recriação do conhecimento não está  apenas em falar sobre coisas prazerosas, mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as coisas. Quando o educador exala gosto pelo que está partilhando, ele interessa nisso também o outro. Não necessariamente o outro vai apaixonar-se por aquilo, mas aprender o gosto é fundamental para passar a gostar. É difícil imaginar que Newton, Mozart, Fernando Pessoa, Michelangelo ou Tom Jobim, por exemplo, não tivessem no prazer uma de suas fontes de animação, sem por isso deixar de envolver-se com atividades que exigem concentração e esforço.
  4. Seriedade não é, e nem pode ser, sinônimo de tristeza. O ambiente alegre é propício à aprendizagem e a criatividade, desde que não se ultrapasse a sutil fronteira entre  alegria e a descontração improdutiva. A alegria vem, em grande parte, da leveza com a qual se ensina e se aprende; vem da atenção àquelas perguntas que parecem fora do assunto, mas que vão capturar a pessoa para um outro passeio pelos conteúdos; vem da percepção de que aquilo se está estudando tem um sentido e uma aplicabilidade (mesmo que não imediatos).
A alegria, em suma, é resultante de um processo de “encantamento” recíproco, no qual a transação de conhecimentos e preocupações não é unilateral. A educação é, simbolicamente, um lugar de amorosidade; mas a amorosidade não é um símbolo, é um sentir. Não pode ser anulada, só ausentar-se. A sustentação da amorosidade na educação não deve ser descuidada. Como em quase tudo que envolve a proteção da vida, é preciso recomeçar cedo, antes que seja tarde!
SÉRGIO CORTELLA

quinta-feira, 3 de maio de 2012

  O SURGIMENTO DO CONCEITO DE CRIANÇA E DE INFÂNCIA

As ideias e noções sobre a inncia e a criança são construções históricas e, como
tais, mostram-se diferenciadas dependendo do tempo em que as mesmas foram sedelineando.
Podemos afirmar que a ideia sobre a inncia como um tempo de vida diferentedas demais foi forjada historicamente de tal forma que. durante séculos, a noção decriança se restringia a um período de tempo de vida na continuidade biológica dasgerações.
A ausência de um sentimento de infância, tal como o conhecemos hoje, atravessoua história da humanidade, registrando épocas de grande abandono e mortandade dascrianças.
Nas sociedades antigas, o status da criança era nulo, e sua existência no meio
s
ocial dependia inteiramente do pai. Crianças pobres ou deficientes podiam serabandonadas ou até sacrificadas pelo seu genitor. O infanticídio era prática comume até incentivada. inclusive como proposta política de controle populacional.
Essa fase da vida humana era ignorada c considerada de forma indiferenciada do
a
dulto. Tal indiferenciação incla assumir o papel produtivo direto ns sociedades
e
m que VIVIam.
Até o século XII, de acordo com Áries (1981), a idéia de infância, tal como aconhecemos hoje, era impensada. Como a criança era considerada apenas um
pro
longamento da espécie e. dado que sua existência era tão efêrnera (em função doalto índice de mortalidade). nem mesmo as criões artísticas retratavam a imagemcorporal de crianças.
Tal noção de infância, como um membro e prolongamento da linhagem. como
u
m tempo de vida necessário à continuidade biológica das gerações perdurou. atéaproximadamente o século XV.
A partir do século XV, durante a Renascença, as representações da s crianças
r
etratadas nas obras de arte, tais como a pintura, nos ajudam a compreender comoas mesmas eram concebidas naquela época: retratadas como anjinhos, representando
o
innuo. o inocente, o bom e o puro.
Tal imagem de criança revela o tempo da auncia de moral e de pudor a serconquistados, na fase adulta, e nunca mais perdidos.
A criança, concebida como naturalmente pura, frágil e inocente, também seria incapaz de pensar por si própria. de realizar movimentos de criação; enfim, de ter identidade própria. Esse "anj inho" em forma de criança seria concebido como um vir-a-ser, uma promessa de futuro, que só se completaria quando se tornasse adulto.
Sendo uma promessa de futuro, as crianças não tinham como ser representadas por elas próprias; os artistas, ao retratá-Ias, não as dif enciavam dos adultos, pois não havia uma imagem social para as crianças.
Os registros iconográficos dos séculos XVI E XVII revelam os traços de indiferenciação das crianças dos adultos. Observando a obra de Velàzquez pintada em 1656, que retrata uma criança de cinco anos de idade, filha do Rei Felipe VI da Espanha, no centro da tela, cercada por outras crianças e adultos, sendo o próprio pintor autorretratado no canto esquerdo da tela. É possível distinguir entre adultos e crianças?