segunda-feira, 19 de março de 2012

O ERRO.......NA ALFABETIZAÇÃO!

"Senhores Pais, quando ajudar seu filho na lição de casa, por favor não digam: Isso está errado! Na alfabetização, não há ERRO, há um QUASE CERTO, pois as crianças estão elaborando o pensamento sobre como se escreve."



Nos moldes antigo, tradicionais da educação, essa dialogo não existiria. Quando uma criança ERRAVA uma palavra tinha que copiar 3, 5 ou até 10 vezes a mesma palavra todos os dias. Em alguns casos, os pais apagavam ou rasgavam a folha do caderno até que a criança fizesse o certo.

"Muitos pais e ainda alguns professores não compreendem que as repostas dadas pelas crianças, mesmo que distante do padrão apontado pela ciência, tem explicações lógicas e evidenciam avanços na aprendizagem", afirma Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do Ensino de Ciências e Biologia da Fundação Oswaldo Crus (Fiocruz) do Rio de Janeiro.

Os estudos desenvolvidos por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky na área da alfabetização evidenciam que o erro na escrita é parte do processo de construção na aprendizagem.

Exemplo: Uma criança que para escrever a palavra CAVALO usa as letras KAO está pensando no som das vogais para representar cada parte da sílaba. Com atividades corretas ela compreenderá que para escrever a cada sílaba é preciso usar duas letras, portanto não havia um "erro" inicial mas uma construção do saber.


Portanto é importante que os pais e professores tenham claro essas fases na construção da aprendizagem, afim de contribuir com as crianças nas lições de casa e de classe. Essa parceria é fundamental.

AI, AI, AI...AS MORDIDAS!!!

Um momento tenso para mães e professoras: a dolorida mordida!
Ninguém gosta de ver o filho mordido e muito menos a professora fica tranquila quando isso acontece!
Por que as mordidas acontecem? O que a professora pode fazer para impedir?

Imagem retirada do google

Segundo o estudioso da educação Piaget, a boca é um instrumento de descoberta importantíssimo para a criança até dois anos. Ela a usa para se alimentar, sentir prazer e também para se defender. E a mordida é uma forma de defesa da criança.

A criança costuma morder quando está em uma situação de conflito e essas mordidas acontecem de forma incrivelmente rápida. O adulto pode estar ao lado da criança que mesmo assim ele não consegue evitar!

A criança morde quando:

-Quer o brinquedo que está na mão do amigo e ele não quer dar (eles ainda não sabem falar-nem pedir emprestado);
-Precisa aliviar alguma angústia ou tensão;
-Está entediada em determinada situação;
-Quer chamar a atenção do adulto;
-Precisa descobrir ou explorar alguma sensação (nesse caso morde objetos, brinquedos, etc);
-Está com ciúmes;

Algumas sugestões de atividades retiradas da Revista Guia Prático para professores da Educação Infantil que podem ajudar a professora a conter a mordida:

Além de fornecer um ambiente de afetividade e estimular a troca entre as crianças, a professora deve criar uma rotina de atividades para ajudar as crianças a se expressarem e a descarregarem suas tensões de outras maneiras:

-Atividades de manipulação de papel, como rasgar revistas velhas, fazer bolinhas de papel,tudo para aliviar a agressividade;
-Momentos de manipulação de massinha:modelar,bater com força, esticar etc;
-Exploração de diferentes texturas: algodão,lixa,gelo e coisas moles como mingau colorido com corante, massinha de farinha e sagu.
-Atividades artísticas com guache, pincel, canetinha, oferecendo a elas telas de pintura, cartolina, papelão, papel etc.
-Atividades com música, cantando, batendo palmas e dançando.
-Brincadeiras com água e lama no jardim;
-Muitas historinhas, contadas com fantoches e uma entonação de voz atraente e cheia de suspense.

Imagem retirada do google

É importante comunicar sempre o fato aos pais da criança mordida e também aos da criança que está mordendo, para que possam ficar atentos aos comportamentos da criança em casa e até mesmo de brincadeiras que muitas vezes estimulam atitudes de mordidas!

VAMOS PENSAR A NOSSA SALA DE AULA?


Já organizei algumas dicas de painéis, murais, decoração e ideias para deixar a sala de aula decorada e linda para esperar as crianças, mais do que um lugar onde as crianças irão passar o ano, a salinha deve servir como um recurso pedagógico. Temos que observar alguns itens como:

- Garantir que a sala tenha boa iluminação natural e esteja sempre arejada. Nunca tranque tudo;
- Não encha com recursos, cartazes e murais prontos, permita que a criança participe da construção e da organização da sala de aula;
- Use os recursos para garantir a socialização, interação e a participação das crianças.


A PORTA DA SALA DE AULA
Que tal iniciar o ano entrando em um castelo?
Na boca de um leão?
No túnel ou na caverna?
Ou então deixar a sua marca pessoal na porta?




ORGANIZANDO OS OBJETOS DO DIA A DIA
Tem coisa mais bacana do que reaproveitar materiais?
Olha o que fazemos com latas e com caixas de sapatos...



DECORANDO A SALA DE AULA
Esta cortina feita com o toque especial das crianças fica perfeita.Também podemos enviar um pedaço para cada família, juntos, enfeitam e depois a gente faz uma colcha de retalhos linda, para a hora da rodinha e da história.

sexta-feira, 16 de março de 2012

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS DE CORES E FORMAS GEOMÉTRICAS PARA AUTISTAS

Por Joaquim Melo e Ana Maria Nascimento
Não é tão simples ensinarmos cores e formas geométricas para alunos com autismo, porém é possível desenvolver este aprendizado de maneira didádica e prazerosa. Por isso, estamos compartilhando com pais e profissionais que trabalham com pessoas com autismo, esta experiência desenvolvida com nosso filho, o Ulisses, e outros alunos. Em pouco tempo já estamos vendo progresso, pois ele expressa o aprendizado fazendo todas as atividades de forma correta.

As cores e formas geométricas já na Educação Infantil fazem parte do currículo escolar dentro do conteúdo de matemática. Este conteúdo faz parte do nosso dia-a-dia por isso é tão importante ensinarmos aos nossos pequenos. Quando trabalhamos cores estamos também ensinando a criança a classificar. E o ato de aprendermos a classificar a partir das cores faz com que a criança perceba no mundo e na natureza os pequenos detalhes da beleza da vida. A idéia é fazer com que o aluno com autismo consiga generalizar este aprendizado e servirá de porta de entrada para outras vias do conhecimento.

Esta atividade ensina as cores primarias como o azul, vermelho, amarelo e verde com materiais de tampa de diversas garrafas inclusive a de Pet. As formas geométricas são trabalhadas com tampinhas de pet e palitos de picolé de plásticos coloridos. De forma intuitiva o aluno, logo de início consegue entender a atividade.

Passo-a-passo da Atividade: Formas geométricas e cores

Para esta atividade temos o quadrado, retângulo e triângulo impresso na folha A4 cada forma nas quatros cores que são Vermelho, azul, verde e amarelo, estas folhas são plastificadas para melhor durabilidade. Aqui são usados palitos de plasticos coloridos(da kibon do picolé Frutilly), também pode ser usado de outras marcas e de palito de madeira pintado. O tamanho dos lados das formas devem ter o mesmo dos palitos usados. O aluno deve sobrepor cada palito em cima dos lados das formas conforme as cores. No retângulo foi usado dois palitos nos lados maiores.




Atividade do Círculo com tampas de pet. A técnica usada é a mesma, basta fazer o desenho no mesmo tamanho das tampas de Pet, cada circunfência formada de vários círculos representados por cada tampa.





Atividade de Cores com tampas variadas com Velcro. Notem que a idéia agora é trabalhar só cores de forma generalizada, pois estamos usando tampas de vários tamanhos, para que seja entendido que a relação feita é a cor não importando o tipo de tampa. Obs: os quadrados demarcados na folha neste momento não denota uma forma geométrica e sim o lugar onde a peça deve ser colocada. Esta atividade deve ser desenvolvida em etapas.

1ª - comece com uma cor em cada folha separada.


2ª - Depois que o aluno conseguir fazer as atividade em cores por vez, desenvolva então com duas cores ao mesmo tempo na mesma folha. 3ª - Depois de ter exercitado nas etapas anteriores, trabalhe agora com as quatros cores as mesmo tempo na mesma folha.
4ª - Nesta última etapa também propomos o trabalho com as quatros cores ao mesmo tempo na folha, diferença é que as cores não estão ordenadas exigindo um grau maior de dificuldade.



















Veja que foram usados materiais reaproveitados como as tampas e palitos de plásticos, que aparentemente não serviriam para fazer nada além de poluir as ruas. Fica a diga de uma forma de uso didático desses materiais.

Muito importante que você aplique as atividades propostas, pois os resultados certamente surgirão.

Fonte: Autismo no Amazonas

VOCÊ SABE O QUE É DISORTOGRAFIA?

A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação) ou separação indevidas das palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e inversões. Além disso, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação.

Devido à essas dificuldades o indivíduo prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse para a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou a grafia.

Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo.
Causa
Considera-se que 90% das disortografias têm como causa um atraso de linguagem ou atraso global de desenvolvimento.
Tratamento
Depois de uma avaliação fonoaudiológica o profissional irá traçar um plano de tratamento para que a disortografia não se torne uma vilã na aprendizagem.
O fonoaudiólogo poderá desenvolver um atendimento preventivo antes mesmo do terceiro ano (antiga 2ª série).
Quanto antes o tratamento com um fonoaudiólogo melhor será o prognóstico!
Veja um caso clínico de um paciente com 9 anos, no 4º ano:
Exemplo de disortografia com aglutinações, omissões e separação indevida de palavra.
Após 3 meses de tratamento:


Escrita sem aglutinações e omissões.

SUGESTÕES DE JOGOS PARA INTERVENÇÃO

Letras móveis (mesmo a criança que apresenta movimentos limitados, para a escrita, pode ser alfabetizada; neste caso o uso da tecnologia também é uma boa estratégia)





Sopa de letrinhas

Memória sequencial (também para o conhecimento das cores e figuras geométricas)



Jogos voltados para a alfabetização (desde que a criança esteja pronta para ser alfabetizada, ou seja, tenha desenvolvido as habilidades motoras e cognitivas necessárias para tal)




Atividades de pintura, com recursos variados, para conhecimento das cores, incentivo à criatividade, desenvolvimento das habilidades motoras manuais, atenção e concentração


Jogo (quebra-cabeça) para atenção, concentração e raciocínio


Jogos de encaixe para desenvolvimento das habilidades motoras manuais


Jogo para discriminação de semelhanças e diferenças, atenção, concentração, memória e ampliação de repertório

Jogos de tabuleiros, que atualmente podem ser substituídos por cartas.


Esses jogos devem ser utilizados levando em consideração o nível cognitivo da criança e sua necessidade; são fantásticos, pois auxiliam no raciocínio lógico e dedutivo, atenção, concentração, memória, comunicação, leitura e compreensão, soluções de questões do cotidiano, interação com o grupo dentre outros.


RELAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA E A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO


Autores: Andréa e Patrícia


A família desempenha um papel importante na formação do indivíduo, pois permite e possibilita a constituição de sua essencialidade. É nela que o homem concebe suas raízes e torna-se um ser capaz de elaboração alargador de competências próprias. A família é, portanto, a primeira instituição social formadora da criança. Dela depende em grande parte a personalidade do adulto que a criança virá a ser.


Se é na família que se constituem as alegrias, os desejos do homem, é na escola que o indivíduo deve encontrar alicerce para sua formação elaborada. Porém, as coisas não acontecem como deveriam em contexto escolar. A escola tem sido um local de transmissão do saber e não de desenvolvimento de competências integrais do aluno, competências essas essenciais na inserção social. Entende-se que deva ser papel do educador o desenvolvimento do ser humano numa desmistificação de que somente o conhecimento pronto e acabado é que vale. O desenvolvimento e o uso ativo de um contexto afetivo em sala de aula são fundamentais ao educando. A escola deve ser um local de alegria e ampliação de vontades e desejos, principalmente do desejo de aprender, pois na escola a criança recebe formação cultural tornando-se membro da sociedade.


No que se refere à legislação, a Constituição Federal, em seu artigo 205, afirma que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família”. No título II, do artigo 1° da LDB, a redação é alterada para “a educação é dever da família e do Estado”, mudando a ordem de propriedade em que o termo família aparece antes do termo Estado. Se a família passa a ter uma maior responsabilidade com a educação, é necessário que as instituições família/escola mantenham uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade.


Em muitos casos, em um trabalho especializado com crianças apresentando dificuldade de aprendizagem, não é suficiente transmitir aos pais as atividades específicas a serem realizadas; outros aspectos ligados à família, à escola ou relacionados a dificuldades em outras áreas do desenvolvimento também estão presentes, e é necessário ouvir os pais, analisar a situação e buscar caminhos que facilitem o desenvolvimento global da criança.

Alguns pais confiam seus filhos com dificuldade de aprendizagem aos professores acreditando que o mau desempenho da criança seja proveniente apenas de si mesma, sem questionar sua possível participação nessas alterações.


A importância da participação da família no processo de aprendizagem é inegável e a necessidade de se esclarecer e instrumentalizar os pais quanto as suas possibilidades em ajudar seus filhos com dificuldades de aprendizagem é evidenciada ao manifestarem suas dúvidas, inseguranças e falta de conhecimento em como fazê-lo. Conforme Martins (2001, p.28), “essa problemática gera nos pais sentimentos de angústia e ansiedade por se sentirem impossibilitados de lidar de maneira acertada com a situação”.


Acredita-se que um programa de intervenção familiar seja de fundamental importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O relacionamento familiar, a disponibilidade e interesse dos pais na orientação educacional de seus filhos, são aspectos indispensáveis de ajuda à criança. Em um trabalho de orientação a pais, de acordo com Polity (1998), é possível despertar a sensibilidade dos mesmos para a importância destes aspectos, dando-lhes a oportunidade de falar sobre seus sentimentos, expectativas, e esclarecendo-lhes quanto às necessidades da criança e estratégias que facilitam o seu desenvolvimento.



A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NESTE CONTEXTO

A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais rica no enfoque pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, políticos, etc. A causa do sucesso de aprendizagem, bem como de suas dificuldades, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo.


Um outro problema grave a ser ressaltado é uma concepção redutora do modelo piagetiano que tem sido adotada em boa parte dos cursos de Pedagogia, no qual são privilegiadas apenas as colocações iniciais da sua obra.

Ela tem direcionado os professores a conceberem o processo de ensino-aprendizagem de uma maneira estática, universalista e atemporal. Com isto ficam de fora as contribuições mais importantes de Piaget em relação aos processos de equilibração e reequilibração das estruturas cognitivas (MARCELINO, 1998).


Oliveira (1995) revela alguns dos aspectos fundamentais deste processo. Segundo a autora, o fundamental “é perceber o aluno em toda a sua singularidade, captá-lo em toda a sua especificidade em um programa direcionado a atender as suas necessidades especiais”.


É a percepção desta singularidade que vai comandar o processo e não um modelo universal de desenvolvimento. Isto porque o uso do modelo universalista camufla normalmente uma concepção preestabelecida do processo de desenvolvimento do sujeito. Na intervenção psicopedagógica deve-se evitar as chamadas “profecias auto-realizadoras”, isto é, prognósticos que o professor lança a respeito do processo de desenvolvimento de seu aluno sem levar em consideração o seu desempenho.


É preciso que o psicopedagogo também altere a sua forma de conceber o processo de ensino-aprendizagem. Ele não é um processo linear e contínuo que se encaminha numa única direção, mas, sim, multifacetado, apresentando paradas, saltos, transformações bruscas, etc.


O processo de ensino-aprendizagem inclui também a não-aprendizagem, ou seja, a não-aprendizagem não é uma exceção dentro do processo de ensino-aprendizagem, mas se encontra estreitamente vinculada a ele. O aluno pode se recusar a aprender em um determinado momento. O chamado fracasso escolar não é um processo excepcional que ocorre no sentido contrário ao processo de ensino-aprendizagem. Constitui, sim, exatamente a outra face da mesma moeda, o seu lado inverso.


O saber e o não-saber estão estreitamente vinculados. O não-saber se tece continuamente com o saber. Com isto, pretende-se dizer que o processo de ensino-aprendizagem, do ponto de vista psicopedagógico, apresenta sempre uma face dupla: de um lado, a aprendizagem, e do outro, a não-aprendizagem.


O desejo de saber faz um par dialético com o desejo de não-saber. Segundo Fernández (1991, p.87):


O jogo do saber-não-saber, conhecer-desconhecer e suas diferentes articulações, circulações e mobilidades, próprias de todo ser humano ou seus particulares nós e travas presentes no sintoma, é o que nós tratamos de decifrar no diagnóstico.


Neste contexto, a aprendizagem coloca em foco as diferentes dimensões do aprendiz sob a ótica integradora dos aspectos cognitivo, afetivo, orgânico e social. O “olhar” sobre estes aspectos, ao mesmo tempo que relativiza a importância da escola na aprendizagem, coloca em foco a importância de toda a reunião de fatores extra-classe que interferem no processo de construção do conhecimento e do papel de aprendiz.


Ao considerar a aprendizagem como um processo articulado ao momento do aprendiz, a sua história e as suas possibilidades sob o aspecto cognitivo, afetivo e social, a Psicopedagogia, segundo Silva (1998, p.59): Rompe a ligação ensino-aprendizagem, porque, tanto o aprender como processo quanto o processo de construção do conhecimento não têm relação necessária com o ensinar e, finalmente, porque ambos os processos antecedem e ultrapassam o ensinar.


Sob este ponto de vista passa a existir a necessidade de o psicopedagogo investigar com profundidade os contextos do aprendiz e tentar reuni-los em uma síntese que retrate o momento desse aprendiz, ao mesmo tempo que viabiliza a aprendizagem.


Para aprender, o aluno precisa estar apto a fazer um investimento pessoal no sentido de renovar-se com o conhecimento. Implica um movimento que envolve, tanto a utilização dos recursos cognitivos mesclados com os processos internos, quanto com suas possibilidades sócio-afetivas. Vale dizer que a aprendizagem vai acontecendo à medida que o educando vai construindo uma série de significados que são resultados das interações que ele fez e continua fazendo em seu contexto social.


Popularizou-se a visão de que não basta e nem é garantia de sucesso escolar um ambiente doméstico favorável materialmente aos estudos, e uma professora interessada e competente para que a aprendizagem aconteça com sucesso. Desta forma, trabalha-se com a possibilidade do modelo de aprendizagem não se caracterizar como algo de cunho somente individual, mas também como um modelo desenvolvido em uma rede de vínculos que se estabeleceu em família.


É a família que dará noções de poder, autoridade, hierarquia, funções que têm diferentes níveis de poder e onde aprendem habilidades diversas. Aprendem ainda a adaptar-se às diferentes circunstâncias, a flexibilizar, a negociar.

Enfim, desenvolverá o pertencimento da criança ao seu núcleo familiar. À medida que a criança vive em família e se submete aos seus rituais, processo e desenvolvimento, ela vai se individualizando, diferenciando-se em seu sistema familiar. Quanto mais as fronteiras entre os membros da família estiverem nítidas, mais possibilidade de individualizar-se a criança terá. Se tiver irmãos, é a oportunidade de experimentar relações com iguais.


É neste cenário que a criança constrói o seu modelo de aprendiz e a forma como ela se relaciona com o conhecimento. Para a família do aluno, a escola tem uma simbologia e um significado que estará presente na forma de “ser aluno” e na sua forma de participação nas atividades escolares. A maneira pela qual a criança se integra e se entrega ao seu processo de aprender está diretamente relacionado à capacidade desenvolvida em família de viver o coletivo compactuado.


Em síntese, uma escola é funcional quando conta com forte aliança entre a comunidade, o corpo docente e o administrativo, os quais trabalham os seus conflitos através da colaboração e diálogo. Esses elementos são flexíveis em sua maneira de lidar com os conflitos, utilizando-se do conhecimento de várias técnicas e métodos adequados. As decisões são tomadas em conjunto e a participação dos alunos é solicitada, mas sem ser igualitária. Cada membro do sistema escolar tem seu papel determinado. O psicopedagogo observa e diagnostica o sistema escolar e, então, cria condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender se tornem comprometidos. Sendo assim, a atuação do psicopedagogo dentro da escola exige algumas características básicas.