Questionamentos sobre a ênfase na descrição na escola básica existem há muito tempo. O ensino conteudista e mnemônico está presente na relação ensino-aprendizagem e isso pode tornar a escola um ambiente desinteressante para os alunos e, até mesmo, para os professores. Em meados do século XX, Jean Michel Brabant já escrevia sobre essa temática. A necessidade de aproximação da escola com o cotidiano e a urgência em favorecer a politização do aluno faziam parte de suas falas. Há professores que mais parecem guias turísticos dentro da sala de aula do que estimuladores da pesquisa e da investigação. Há aulas em que os alunos se sentem como turistas: "à esquerda, eles podem ver isso e, à direita, aquilo". Eles pouco se lembram do conteúdo lecionado. Se o aluno participar da escolha de sua viagem, possivelmente, a participação em sala de aula tenderia a ser fomentada. Se antes da apresentação de um conteúdo houver um estudo prévio e mais perguntas que respostas, com certeza, a apropriação do conteúdo será mais significativa. A ênfase na pesquisa, na investigação, na coleta de informações, na realização e interpretação de entrevistas e, principalmente, no trabalho de campo pode favorecer a ampliação de novos significados por parte dos alunos. Fomentar os alunos com mais perguntas do que respostas é o principal desafio da educação básica. Só assim será possível visualizar um país com uma população jovem mais politizada e qualificada.
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