A escola é o primeiro ambiente de atuação pública da criança. É o lugar onde ela aprende a interagir de forma coletiva com outras pessoas. Além de companheiros a escola oferece uma nova vivencia com rotina, horários e regras diferentes das de casa, é também o espaço em que a criança começa a estabelecer vínculos com pessoas em funções diferentes.
A escola representa um espaço privilegiado de socialização e dependendo dos comportamentos promovidos essa socialização pode ser constituída como base em relações defensivas ou propositivas.
Na infância, onde se inicia a interação criança – sociedade, a escola exerce um papel muito importante. É na promoção de mecanismos propositivos, como o dialogo e participação, que as relações sociais deverão esta apoiada para o desenvolvimento psicossocial e humano das crianças.
A potencialidade da escola como instrumento democratizador, socializador e impulsionador da melhoria das condições de vida é amplamente reconhecida. Ela configura-se como o principal agente educacional da sociedade pós-moderna.
A criança quando se separa dos seus pais, para interagir com outros adultos e compartilhar o mesmo espaço e brinquedo com outras crianças, passa a conviver com ritmo nem sempre compatíveis com o seu e começa a participar de um universo de objetos, ações e relações cujo significado lhe é desconhecido.
Ao chegar à escola a criança deve encontrar no professor um aliado que está ali não só para ensinar como também para escutar, renovar suas idéias e aprender como cada aluno.
Devemos levar em consideração que a criança é um ser social e seu desenvolvimento se dá entre outros seres humanos, em um espaço e tempo determinado. Vygotsky apud Zilma de Moraes (2001, p.115) comenta: “[...] o desenvolvimento humano ocorre na e através da interação social sendo que nesta interação a criança constrói seu conhecimento e a si mesma enquanto sujeito”.
Portanto, a trajetória da evolução do conhecimento do ser humano é resultado de uma interação permanente de processos internos com as influencias do mundo social.
A comunidade educacional está composta por um sistema de rede de relações interpessoais, de diferente natureza, que se articulam tanto aos sistemas de atividades quanto ao sistema social, papeis e funções escolares.
Consequentemente o foco da instituição educacional devem incidir não apenas sobre a criança, tratada no singular, mas nas interações criança / criança, adulto / criança e não somente ao adulto / profissional deve ser atribuído um papel, mas também respectivo papel à criança / educanda, bem como que os conhecimentos presentes nas interações sejam analisados levando-se em conta a simultaneidade de seus componentes cognitivos, afetivos e sociais.
Isso significa que os profissionais e as crianças envolvidas nas interações pedagógicas necessitam exercitar, permanentemente, procedimentos que levem a abstração e ao rigor, na difícil tarefa de articulação entre os distintos títulos de conhecimento, promovendo experiência interacionais educativas diversificadas: as manifestações genuínas, típicas do lúdico; a realização de tarefas com parceiros pré-determinados ou não pelo adulto; o estudo e a sistematização dos conteúdos abordados num grupo.
Desta forma, a convivência em um espaço institucional especialmente planejado para este fim favorece o desenvolvimento da criança, e mostra a importância da formação especializada do professor.
Para este profissional deve estar claro que todas as tarefas, brincadeiras ou atividades que se realizam na instituição têm valor educativo. Evidencia-se a concepção expressa de instituição educacional com um espaço de relações sociais e de trabalho, que envolve aspectos técnicos, administrativos, filosóficos e metodológicos.
Zilma de Moraes (2001, p.39-40) diz que a escola deve assumir um caráter de pré-meditação onde haja planejamento prévio, acompanhamento e avaliação das interações pedagógicas que vai muito além daquele encontrado na família ou em outras instancias educativas. O espaço institucional deve ser, na sua natureza, um espaço socializador, nele a criança terá que defrontar-se com outras crianças da mesma faixa etária, maiores ou menores que ela o que significa que estará, permanentemente, realizando atividades em grupo.
Neste sentido, a instituição educacional constitu-se, potencialmente, em um espaço possibilitador de uma variedade muito maior de experiências interativas para as crianças.
Os conhecimentos advindos destas interações terão uma garantia maior de constituírem-se e consolidarem-se de forma mais eficiente, através da ação do adulto, mediante a sistematização previa e posterior dos conceitos entendidos como necessários; através da utilização permanente de instrumentos de observação, reflexão e analise; da hierarquização das dificuldades identificadas e dos desafios a serem apresentados; da sistematização individual e coletiva dos conceitos pelos parceiros.
Por fim, o “sucesso” da interação é que vai medir a eficácia da instituição educacional.
REFERÊNCIAS
BASSEDAS, Eulália; HUGULT, Teresa; SOLE, Isabel. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,1999.
BONDIOLI, Anna; MANTOVANI, Susanna. Manual de Educação Infantil: 0 a 3 anos- uma arbodagem reflexiva.9ªed., Porto Alegre: ArtMed, 1998.
COLL, César; PALACIOS, Jesús; MARCHESI, Alvaro. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da Educação. V.2., Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1996.
DOUGLAS, Hellen Bee. A Criança em Desenvolvimento. 3ª ed., São Paulo-SP: Harper e Row do Brasil LTDA, 1984.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Educação Infantil: Muitos Olhares. 5ªed., São Paulo- SP: Cortez, 2001.
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