quarta-feira, 4 de abril de 2012

ETNOMATEMÁTICA

O prefixo etno é hoje aceito como algo muito amplo, referente ao contexto cultural e, portanto, inclui considerações como linguagem, jargão, códigos de comportamento, mitos e símbolos; matema é uma raíz difícil, que vai na direção de explicar, conhecer, de entender; tica sem dúvida vem de techne, que é a mesma raíz de arte e de técnica. Assim, etnomatemática é a arte ou técnica de explicar, de conhecer, de entender nos diversos contextos culturais. Ela procura compreender o saber/fazer matemático ao longo da história da humanidade, contextualizando em diferentes grupos de interesse, comunidades, povos e nações.
As práticas matemáticas de feirantes, comerciantes, borracheiros, cirurgiões cardíacos, vendedores de suco de frutas, bicheiros, indígenas, grupos africanos enquadram-se, por exemplo, no estudos e nas pesquisas da Etnomatemática.
A Matemática foi e é construída por todos os grupos sociais (e não apenas matemáticos) que desenvolvem habilidades para contar, localizar, medir, desenhar, representar, jogar e explicar em função de suas necessidades e interesses.
Valorizar esse saber matemático-cultural e aproximá-lo do saber escolar em que o aluno está inserido são de fundamental importância para o processo de ensino e aprendizagem. A etnomatemática dá grande contribuição a esse tipo de trabalho.
No estudo comparativo dos sistemas de numeração, por exemplo, os alunos poderão contatar a supremacia do sistema indo-arábico e concluir que a demora de sua adoção pelos europeus se deveu também ao preconceito contra os povos de tez mais escura e não cristãos. Outros exemplos poderão ser encontrados ao se pesquisar a produção de conhecimentos matemático em culturas como a chinesa, a maia e a romana.

Referência:
Dante, Luiz Roberto.Tudo é Matemática. ed. Ática. São Paulo/ 2003.

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