A família é o primeiro espaço onde cada indivíduo se insere e o qual ajuda na promoção de o ser pessoa. É neste contexto que ele se conscientiza dos seus papéis primários e onde se inicia o processo de socialização primária, que o leva à articulação com a comunidade.
É no seio familiar que se faz a transmissão de valores, costumes e tradições entre gerações.
A educação, aqui, é processada sem regulamentos técnicos, onde constitui maior relevância aquilo que o indivíduo é e não aquilo que ele é capaz de fazer.
Desde sempre, a família acaba por surgir como um lugar onde se aprende a viver, ser e estar, e onde se começa o processo de conscientização dos valores sociais inerentes à sociedade e sem os quais esta não consegue subsistir. É neste ambiente que o indivíduo aprende a respeitar os outros e a colaborar com eles.
A família surge com direitos e deveres. Estes deveres estão consagrados na Constituição da República e nos valores sociais e morais respectivos à sociedade. Os pais dão vida aos filhos, a partir daqui cabe a eles dar-lhes o apoio de que necessitam, a educação e as condições necessárias para o seu crescimento saudável.
A família tem um papel educativo essencial. Dela vai depender a definição do quadro de referência primário para a prática educativa. No entanto, o desenvolvimento contínuo da função parental está longe de ser linear e positivo. Existem períodos de concordância que resultam em desenvolvimento para todos, mas também surgem momentos de desacordo que põe a família frente à educação com um profundo mal-estar.
O meio familiar exerce uma das mais importantes influências no desenvolvimento das capacidades cognitivas e na estruturação das características afetivas dos filhos. No entanto, a educação familiar não deve entoar só os efeitos do desenvolvimento dos filhos. A família deve ser considerada um ecossistema da educação.
Como você age com seu filho?
Relação entre pais e filhos nos dias atuais:
Como está o mundo hoje?
• Violência;
• Guerras;
• Novas descobertas científicas, novos remédios, novas técnicas de operação (micro-cirurgias ao invés de grandes cortes nas pessoas, etc.);
• Um bombardeio de informações através da televisão, jornal, rádio, internet;
• Novos produtos, maciça propaganda de lançamentos de produtos para todas as finalidades;
• Aumento do desemprego;
• Exigência de novas especializações para as pessoas poderem se empregar
• Ex: pessoas ter o segundo grau ou nível médio para poder ser caixa de supermercado; saber trabalhar usando o computador, etc.
• Frente a tudo isso, o pai e a mãe olha para seu filho e sente preocupação de educá-lo para a vida, para enfrentar essa nova realidade. O QUE FAZER? Como deve ser a relação entre pais e filhos nos dias atuais?
Como deve ser o lar?
• Lugar de acolhida, proteção e amor;
• É o ninho da intimidade: sem o medo, livre de preocupações, tensões, pressões;
• É o oásis da tranqüilidade: o lugar onde há sempre alguém que espera.
• É o porto onde nos equipamos para enfrentar o mundo exterior;
• É o ginásio de esporte onde se treina. Podem expressar suas forças e idéias, pois são amados.
• Em casa pode-se aprender errando;
• É a clínica do coração: perdão e encorajamento;
• É o lugar do intercâmbio afetivo entre gerações;
• É o terreno onde afundam as raízes da identidade.
• Dentro da casa nasce o “nós”, a nossa família;
• É o lugar mais bonito para se viver e crescer.
É vital ensinar os filhos a amarem a casa da família e a sentirem-se responsáveis por ela, para que todos possam transmitir sempre esta mensagem:
“Sinto-me tão feliz por estar aqui, com você”.
Que atitudes devem ser evitadas pelos pais?
Por que esse cuidado?
Sem o perceberem, os pais, em seus diálogos, estão transmitindo um verdadeiro MANUAL DE COMPORTAMENTO aos filhos, fora do que pensam fazer quando “estão educando as crianças”.
• Atitudes como impaciência (gritos: já disse, falei, dane-se, isto é problema seu, eu avisei, não me aborreça, não comece de novo, não vou entrar na sua, pelo amor de Deus, chega, já estou saturado, não pegue no meu pé, etc., etc...);
• Descontrole emocional provocando crises de choro, clastomania (destruição de objetos: pratos, livros, cartas, retratos);
• Desmaios, atitudes compulsivas (sair de casa, fechar-se num quarto);
• Agressão física (socos, pontapés, bofetadas, empurrões);
• Ameaças (abandono do lar, vender tudo e sair de casa, sair para não voltar);
• Autopunição (puxar os cabelos, arranhar-se, bater-se);
• Tentativas reais ou simuladas de auto-eliminação;
• Desonestidade (não fui eu, não disse tal coisa, você mente, você inventa, você é falso);
• Ofensas verbais (estúpido, louco, histérico, vagabundo, desordeiro, bêbado, cruel, mal educado e outras ).
Quais as atitudes positivas dos pais com os filhos ?
• Os filhos devem compreender que os pais apóiam seu esforço para tornarem-se autônomos, mas que, como pais, têm o dever de protegê-los dos perigos;
• Uma regra importante: pai e mãe estarem de acordo;
• Pai e mãe estabelecendo as mesmas regras;
• É útil distinguir, na educação dos nossos filhos, o que é importante e o que é irrisório.
• Em momentos particulares de proximidade e serenidade, os pais devem lembrar aos filhos que ser “único” é muito melhor do que ser “como os outros”;
• Preparar os filhos para a criatividade;
• Desenvolver nos nossos filhos o senso crítico, para que possam ter discernimento do certo e do errado, do bom e do mau;
• Desenvolver e estimular o culto e a prática da liberdade (com responsabilidade);
• Desenvolver o respeito à pessoa;
• Desenvolver o sentido da autonomia;
• Desenvolver o sentido da mobilidade, pois devem ser capazes de se adaptar constantemente às novas situações, capazes de descobrir respostas novas para novos desafios;
• Desenvolver o sentido da constância;
• Grande desafio: a partir dos 9-10 anos ensinar nossos filhos, frente a um trabalho, problema, tarefa, etc.:
• Primeiro: pensar;
• Segundo: imaginar como fazer;
• Terceiro: Agir (fazer).
• Quantos exemplos nós conhecemos de pessoas que agem por impulso na compra de um produto, mercadoria, em fazer um crediário acima de suas possibilidades financeiras, etc., apenas porque primeiro agiu, depois pensou e depois chorou.
• Não proibir a criança de agir, experimentar e aprender por si mesma, pois as sucessivas críticas e reprovações às suas iniciativas podem gerar sentimentos de inferioridade, baixa estima, ou timidez.
• Tanto as proibições, como a permissividade dos pais podem perturbar o desenvolvimento da criança e comprometer o seu futuro.
O que facilita o relacionamento pais e filhos?
• Estar perto de nossos filhos. Como? Brincando e ouvindo nossos filhos.
• Dar chance para nossos filhos pensarem, decidirem e fazerem coisas, atividades, tarefas;
• Evitar mentir para os filhos;
• Evitar divulgar os segredos dos nossos filhos. Há certas coisas que devem ficar restritas somente aos pais. Outras pessoas não devem saber;
• Estar disponível para o filho poder conversar com os pais;
• Procurar manter momentos de lazer em família, mesmo que seja um passeio pela praça, a um parque, etc.;
• Não ridicularizar o filho, usando expressões como:
• Você é burro, nunca vai aprender;
• Você é incapaz de fazer tal coisa;
• Você é um mão furada, tudo que pega deixa cair;
• Você é um eterno irresponsável, nunca consegue terminar nada.
E na educação dos nossos filhos, o que mais podemos fazer?
• Sendo exemplo para nossos filhos;
• Orientando nossos filhos: passando os nossos e o porque;
• Ensinando-os a aprenderem a julgar;
• Ensinando que raiva, medo, e outros são sentimentos comuns, mas que devemos saber expressá-los;
• Praticar: o perdão e a solidariedade;
• Entender a frustração;
• Ensinando-os sobre a frustração: não podemos ter tudo na vida, nem ter as coisas que queremos na hora que achamos que devemos ter. Devemos, isto sim, batalhar para podermos, paulatinamente, dando um passo de cada vez, conseguir as coisas que desejamos através do trabalho e planejamento, para chegar lá;
• Ensinado-os a perdoar. Mesmo estando certos, é necessário perdoar a quem nos culpa ou ofende. Na vida conjugal, no futuro, vai ser muito importante saber perdoar a esposa ou o esposo de qualquer ato que tenha sido feito;
• Usando de autoridade: firme, amorosa. Sem autoritarismo.
É necessário que a criança compreenda o significado do NÃO. E os pais devem saber quando dizer...
O que valorizar ?
• Iniciativa dos nossos filhos;
• Ser flexível;
• Aceitar mudanças;
• Procurar sempre se atualizar;
• Aceitar responsabilidades;
• Não esquecer nunca que o homem é um ser humano e não uma máquina (que pensa, sofre, está sujeito a pressões, etc.).
O que evitar em excesso?
• A falta de diálogo;
• O isolamento de cada um dentro da sua casa;
• Cada um com a sua TV, computador, etc.
• Não existir momentos para a família se reunir, falar uns com os outros, etc.
O que compartilhar?
• Os sonhos, os anseios, as aspirações;
• O afeto, o amor, as palavras mágicas: desculpe, por favor, obrigado, com licença, etc.;
• As tarefas domésticas: cada um contribuindo com a sua parte;
• O “é meu” ceder espaço para o “é nosso”;
• Ouvir a todos;
• Paciência.
O que harmonizar?
Devemos tentar harmonizar:
• Máquinas de mais (telefone, TV, computador, video-games);
• Relacionamentos de menos (menos momentos juntos).
E, finalmente, o que não pode faltar?
• Afeto, amor;
• Acalento;
• Toque;
• Confiança;
• Se mentirmos: rompe a confiança, rompe o diálogo, o relacionamento fica difícil e o nosso filho irá procurar fora de casa os esclarecimentos ou dúvidas que tenha;
• Acreditar na potencialidade de nosso filho;
• Nunca esquecer de aceitá-lo como ele é e não como gostaríamos que fosse;
• Educar filhos não é uma tarefa fácil;
• Paciência, respeito, compreensão e orientação são indispensáveis em todos os momentos;
• Criamos os nossos filhos para o mundo, devemos criá-los para serem felizes!
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