sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O QUE O ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO FAZ NA ESCOLA?

Muitos clientes me perguntam o que o AT ou psicólogo de seu filho pode fazer numa escola. Também me perguntam da diferença entre a atuação desse tipo de profissional e do psicólogo escolar. Outra questão para discutir é o receio da escola ou professores de acreditarem que o psicólogo irá avaliar a escola, o que é um erro. Nesse texto tratarei de esclarecer essas questões.

O objetivo do psicólogo é sempre o de buscar o bem-estar do cliente. A criança sofre sem ter consciência das razões e não consegue ou não sabe falar sobre isso, o que aumenta o sofrimento. No entanto, esse sofrimento pode envolver a escola, tornando imprescindível a atuação do psicólogo no âmbito escolar.

Fonte: grazielapsicologa.com.br

O AT está focado nas relações dele com os seus amigos, professores, tarefas, atividades escolares em grupo, etc. Depois de levantar os objetivos da terapia, o psicólogo pode priorizar a observação, auxílio nas atividades pedagógicas individuais, instrução para desenvolvimento habilidades sociais, intervenção com a sala toda e/ou acompanhamento de uma criança com necessidades especiais.

A observação no contexto escolar pode aparecer no começo, durante e no final do processo terapêutico para uma avaliação. Atualmente estou realizando, como objetivos diferentes, a observação no contexto escolar de dois clientes. Em um deles a observação visa levantar dados sobre o seu comportamento inadequado em sala de aula e, no segundo cliente, para observar a interação com os colegas, avaliando o processo terapêutico, pois o trabalho fora do contexto escolar é focado exatamente na habilidade social. Importante ressaltar que a ênfase da observação não é avaliar a estrutura da escola ou da metodologia pedagógica do professor, mas sim de avaliar o cliente.

Outro tipo de intervenção na escola é tornar o AT como um auxiliar nas atividades pedagógicas, que é estar do lado do cliente para ajudá-lo a desenvolver hábitos de estudos. Em alguns casos de falta de repertório para estudo, o psicólogo pode criar um planejamento de intervenção para ajudar o cliente a se concentrar e realizar as atividades pedagógicas em sala de aula, o que é importante para desenvolver alternativas de comportamentos adequados ao invés dos inadequados (como, por exemplo, o cliente atrapalha a sala de aula, pois não consegue resolver os exercícios dados pela professora).

Fonte: psiquebrasil.blogspot.com

Grande parte das queixas dos clientes clínicos envolve a falta de habilidades sociais ou apresentação de comportamentos inapropriados para o convívio social. Dessa forma, a atuação do psicólogo no contexto auxiliar é como um instrutor de habilidades sociais. O planejamento de intervenção pode priveligiar a tarefa de prover conseqüências para comportamentos sociais adequados ou comportamentos alternativos. Muitas vezes, o psicólogo cria alguns códigos para interagir discretamente com o cliente quando o mesmo apresentar comportamentos adequados ou inadequados em sala de aula. Este procedimento pode acontecer em casos de inclusão social.

Em alguns casos, o comportamento inadequado da criança envolve uma dinâmica da sala de aula e é necessário apresentar os dados de intervenção para os pais e para a escola. Quando aprovado, o psicólogo monta um plano que envolverá a sala toda. Isso não quer dizer que o psicólogo vai se relacionar diretamente com a sala de aula – por exemplo, ir à frente da sala e propor uma atividade – mas, pode criar um sistema de avaliação de comportamentos da sala toda. Na minha história profissional, já elaborei, junto com outro profissional, um sistemas de recompensas de comportamentos considerados adequados pelos alunos e, no final de um processo de 30 visitas, os alunos apresentaram pouquíssimos comportamentos inadequados como: brigas, rasteiras, conversas em sala de aula, jogar bolas de papel, desrespeito com professor, etc.

Fonte: psicologiaeducaotc.blogspot.com

Para finalizar, ultimamente há um crescente número de casos de acompanhamento de crianças com necessidades especiais como surdos, cegos, deficientes físicos, autistas, etc. Com a nova política de inclusão social, as escolas devem incluí-las, permitindo um novo campo de atuação para o AT. Nesses tipos de trabalho, o profissional está preocupado com a adaptação dessas crianças no convívio com as demais. Durante o período escolar, o plano de intervenção pode envolver todos os tipos de intervenção discutidos acima, focando sempre no bem-estar através da adaptação e do convívio social.

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