domingo, 24 de julho de 2011

INCLUSÃO: TUDO COMEÇA NA FAMÍLIA E NA ESCOLA

É muito fácil traçar modelos, paradigmas, criar novas terminologias, novas diretrizes e metas quando se está bem distante da realidade de um sistema educacional que vive no naufrágio, onde todos desejam nos seus discursos políticos uma educação de qualidade para todos, mas que na prática não acontece.
Como falar de Inclusão numa sociedade tão exclusiva? Como de repente deixar para trás, estigmas, preconceitos, estereótipos, tabus, barreiras, que se perpetuam na História Humana desde a origem do Homem? Como esquecer subitamente tudo o que a pessoa com deficiência vem sofrendo no decorrer de suas vidas simplesmente porque o mundo globalizado e porque não dizer a era contemporânea resolveu adotar nos seus sistemas educacionais, uma educação inclusiva, uma escola onde caibam todos os mundos, abrindo as portas para todos? Já se fazem alguns anos passados que grandes encontros, congressos, seminários e conferências a nível mundial mostraram em seus documentos a necessidade de incluir pessoas com deficiências no convívio entre os ditos alunos normais. Isso portanto não é nenhuma novidade, nenhum algo extraordinário, que venha causar tanta referência, tanto embaraço por parte ainda de alguns professores dentro do contexto educacional.
A Inclusão acontece dentro de cada pessoa. No momento em que nasce um ser com deficiência e este ser é acatado, aceito, amado lá no momento da concepção, da gestação, do nascimento, do pós-nascimento, já no seio familiar inicia o processo inclusivo. Este primeiro momento é o grande momento da inclusão. Todos os outros momentos são conseqüências deste primeiro momento que é essencial. Isso que se retrata trata-se do quadro de deficiências congênitas ocasionadas por causas pré-gestacionais, pré-natais, e perinatais. Sem deixar de enfatizar as deficiências pós-natais, isto é, adquiridas, que quando surgem, abalam de tal modo as famílias que indo a procura de ajuda nas Instituições, chega todo mundo junto, pai, mãe, avô, avó, tio, tia, esposo, esposa, quando não, até o animal de estimação da casa. Fica repleta de pessoas a sala do gestor. Muitos casos vitimados por balas perdidas, acidentes de trânsito, uso indevido de medicamentos, traumas, dentre outros.
Sabe-se que a figura da mãe é o visível e o invisível deste processo. Porque sendo a maior educadora de todos os tempos, e o ser deficiente sendo aceito por ela, a inclusão já brota do útero materno isto é, do mundo interior para o mundo exterior. Com este primeiro passo, com certeza acontecerá o fluir de uma chama que se acende na luta pela inclusão dentro de uma sociedade que exclui, que ameaça, que rejeita, que magoa, que fere aquela mãe no mais íntimo de suas entranhas para proteger aquele ser tão inseguro, tão indefeso, que busca calor humano, afeto, uma escola amiga, de professores amigos, acolhedores, que possam criar laços de amizade e de afetividade com seu filho, para acontecer o processo de ensino e de aprendizagem.




Por Luiza de Marilac Batista de Carvalho ¹
¹ Mestrado em Educação Especial. Especialização em Educação Especial e Deficiência Mental. Especialização em Administração Escolar e Especialização em Deficiência Visual, Auditiva, Mental e Múltiplas.
http://www.unice.br/index.php?option=com_content&view=article&id=199:inclusao-tudo-comeca-na-familia-e-na-escola&catid=57:noiticas&Itemid=102

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