sexta-feira, 29 de julho de 2011

OS BRUTOS TAMBÉM AMAM


Era uma vez um casal de leões que viviam muito felizes na floresta.

Já tinham tido vários filhos que cresceram e foram viver a sua vida. Agora tinham um filhote recém-nascido que era o seu encanto.
O leão era lindo! Tinha o pelo farto e uma magnífica juba.

A leoa não era tão bonita quanto ele. Seu pelo era mais raso e menos sedoso, mas o leão achava que ela era a leoa mais bonita da floresta.
O leão era forte, orgulhoso, e, tido como o Rei dos Animais, julgava-se superior a todos os outros que o temiam e respeitavam.

A leoa era humilde. Amava o leão, admirava sua força e sua beleza, sentia-se protegida ao seu lado, mas achava que ele era muito rude com os animais mais fracos e dizia isso a ele que retrucava:

- Se Deus me fez mais belo e mais forte é porque queria que eu os dominasse, que eles rastejassem a meus pés.

- Ou será que você sendo o mais forte, devia proteger os outros?
- Imagine! Eu nasci para dominar e eles para serem dominados.

Um dia, porém, ele saiu dar uma volta enquanto ela ficava em casa cuidando do leãozinho e quando voltou encontrou-a presa em uma armadilha e o filhinho tinha desaparecido.

Ficou desesperado! Não sabia se soltava a leoa ou se corria à procura do leãozinho, mas não sabia como fazer nem uma coisa nem outra.

Na certa algum caçador prendera a leoa para poder capturar o filhote, que provavelmente seria vendido para um circo ou um zoológico. Ficaria conhecido e famoso, mas o leão não queria saber disso. Queria a companheira e o filhinho a seu lado.

Usando sua prerrogativa de rei, convocou todos os bichos da redondeza e pediu ajuda.
A primeira a se manifestar foi a formiga:

- Estou pronta a ajudar.

Mas o leão expulsou-a:

- Sai já daqui! Você é um inseto miserável, não presta pra nada!

Entretanto, um a um, todos os outros animais negaram-se a socorrer o leão.

O macaco falou:

- Eu não vou fazer nada. Você sempre me desprezou. Bem feito!

A onça disse:

- Eu não vou me meter nas encrencas dos outros. Chega as minhas. Arranje-se!

A cobra também esquivou-se:

- Você não dizia sempre que eu vivia rastejando? Agora é você que está se arrastando a nossos pés para pedir ajuda.

E assim um a um, todos os súditos do rei leão negaram-se a auxiliá-lo e ele ficou muito aflito.

Foi então que a leoa chegou perto dele e fez-lhe um carinho:

- Você? Como conseguiu escapar da armadilha?

- Um ratinho me ajudou.

- Um rato? Que humilhação! Ficar devendo favor a um rato! Mas, como foi que o rato conseguiu soltá-la?

- Não foi bem um rato. Ele chamou seus amigos e todos juntos foram roendo a armadilha até conseguir fazer um buraco suficiente para eu sair.

- É incrível!

Todos os animais tinham ido embora, menos a formiga que, aproximando-se da leoa, ofereceu-se mais uma vez:

- Eu posso ajudar.

- Como?

- Eu sei onde está o leãozinho.

- Pois então nos leve até lá.

- Eu vi quando os caçadores se abrigaram em uma tenda, lá perto do meu formigueiro, mas eles estão armados. Se vocês se aproximarem eles os matarão. Mas, não se incomodem que eu sei o que fazer.

Foi rapidamente ao formigueiro e convocou milhares de formigas para acompanhá-la na emocionante aventura de salvar o filho do leão
Todas juntas invadiram a tenda onde os caçadores dormiam e rapidamente os cobriram de picadas.


Acordaram aturdidos e saíram correndo, sentindo ferroadas pelo corpo todo e deixando o animalzinho roubado lá dentro.

O leãozinho estava dormindo. Era muito pequeno e muito frágil para se defender e nem sabia ao certo o que estava lhe acontecendo.

Os leões que aguardavam a distância não perderam tempo, invadiram a tenda e saíram levando o filhinho.

E a família leonina foi feliz para sempre.

Moral: “Ninguém é tão poderoso que nunca precisará de ajuda nem tão insignificante que não possa ajudar”

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