NOSSO FILHOS - A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO E DA FAMÍLIA
Vemos nos dias de hoje uma situação se repetir nas escolas: pais delegam cada vez mais a tarefa de educar seus filhos somente às escolas, misturando muitas vezes, onde começa o trabalho de um e a responsabilidade do outro.
Partimos de um pressuposto bem antigo; o de que a escola tem por obrigação passar valores morais aos nossos filhos. Usando essa idéia, vamos em busca de matricular e escolher os colégios. É interessante ver como nós pais saímos à procura de escolas católicas e tradicionais, ou então ao contrário, não-religiosas e liberais. No entanto, nem sempre pensamos se em nossas casas a criança terá o mesmo exemplo.
Quero pontuar a importância de pensarmos sobre isso seriamente, pois esta escolha, acontecendo de forma antagônica ao que temos como valores reais e praticados, se tornará mais adiante uma questão de conflito importante para educadores, pais e a escola.
Sabemos que os professores hoje passam por uma situação de muito medo diante dos alunos que encontram em sala de aula. Alunos que os desautorizam como se não reconhecessem naqueles professores que entram na sala o mestre.
O que houve?
Vamos voltar um pouco ao inicio desse texto onde falei dos valores que não coincidem entre aquele que escolhe e para aquele a quem levamos nossos filhos no inicio da fase escolar. É comum ver nas portas das escolas as mães julgando atitudes dos professores como "absurdas" na frente das crianças, criticando porque o professor reprimiu seu filho ou outra criança da turma colocando sem recreio ou de castigo na cadeira de pensar...
- Nos dias de hoje, como pode?
Pode sim, pode porque repreender faz parte de educar e o
professor que faz isso ou que irá reprovar mais a frente, por meio ponto, está ali imbuído dessa autoridade e de condições que nós pais devemos respeitar e ensinar nossos filhos a fazer o mesmo.
Como da mesma forma, ao escolhermos aquela escola mais
liberal também estamos escolhendo que nossos filhos aprendam a pensar e construir a realidade através de suas experiências, discutindo e abrindo espaços para escolher e fazer. São escolas que absorvem a maioria das crianças que não se adaptam tão facilmente às escolas mais tradicionais e assim são levadas ali como se fossem crianças diferentes, mais exigentes ou com dificuldades de aprendizagem ou adaptação. Outro equívoco, pois as escolas mais liberais propõem liberdade de escolha e responsabilidade pessoal. Esse é um objetivo onde também a questão religiosa não é o padrão católico somente e podemos conviver e conhecer outras realidades.
Enfim não é um reformatório, justamente o contrario. Penso que a escola não deveria adotar esse papel de escola alternativa, tendo em vista que permite assim essa confusão de papeis e cria um preconceito entre crianças que estudam nesse ou naquele modelo de colégio. Em minha experiência clínica vejo os pais muito perdidos com seus filhos quando eles passam por situações de stress na escola. A primeira atitude, cada vez mais comum, infelizmente é mudar o filho de escola sem procurar saber o que ocorreu junto aos professores e diretores. Quando isso acontece a crítica à escola fica pelos corredores.
Vemos ai uma ausência de responsabilidades com o problema real que se evidencia durante a presença do aluno na escola.
Se o aluno vai mal nas notas os pais colocam no professor
particular, para corrigir de imediato as lacunas que ficaram por apreender, mas o mesmo não acontece quando o aluno apresenta dificuldades com a autoridade do mestre ou no relacionamento com os colegas. Nesse caso não se costuma chamar o psicólogo para corrigir as lacunas que ficaram mal elaboradas.
Tiramos nossos filhos detonando a escola e levamos a outra e a outra... Ou ao buscarmos a diretoria da escola e sairmos com algum
Encaminhamento para um psicólogo, poderemos refletir qual o papel da
escola em nossas vidas.
A escola deve, contribuir na continuidade de valores que vêem de casa, além de passar conteúdos pedagógicos e multidisciplinares.
Jamais substituir aquilo que cultivamos em nossos lares. E
veja: não vai aí nenhum modelo de perfeição nem nenhuma exigência de padrões morais, não!
Falo de coerência com nossos próprios princípios.
(artigo assinado por Fernanda Reis - Psicóloga Clinica há 20 anos, especializada em atendimento de orientação de pais, atendendo individualmente e em grupo. Consultoria em escolas, dando palestras e promovendo reflexão sobre diversos assuntos relacionados)
Partimos de um pressuposto bem antigo; o de que a escola tem por obrigação passar valores morais aos nossos filhos. Usando essa idéia, vamos em busca de matricular e escolher os colégios. É interessante ver como nós pais saímos à procura de escolas católicas e tradicionais, ou então ao contrário, não-religiosas e liberais. No entanto, nem sempre pensamos se em nossas casas a criança terá o mesmo exemplo.
Quero pontuar a importância de pensarmos sobre isso seriamente, pois esta escolha, acontecendo de forma antagônica ao que temos como valores reais e praticados, se tornará mais adiante uma questão de conflito importante para educadores, pais e a escola.
Sabemos que os professores hoje passam por uma situação de muito medo diante dos alunos que encontram em sala de aula. Alunos que os desautorizam como se não reconhecessem naqueles professores que entram na sala o mestre.
O que houve?
Vamos voltar um pouco ao inicio desse texto onde falei dos valores que não coincidem entre aquele que escolhe e para aquele a quem levamos nossos filhos no inicio da fase escolar. É comum ver nas portas das escolas as mães julgando atitudes dos professores como "absurdas" na frente das crianças, criticando porque o professor reprimiu seu filho ou outra criança da turma colocando sem recreio ou de castigo na cadeira de pensar...
- Nos dias de hoje, como pode?
Pode sim, pode porque repreender faz parte de educar e o
professor que faz isso ou que irá reprovar mais a frente, por meio ponto, está ali imbuído dessa autoridade e de condições que nós pais devemos respeitar e ensinar nossos filhos a fazer o mesmo.
Como da mesma forma, ao escolhermos aquela escola mais
liberal também estamos escolhendo que nossos filhos aprendam a pensar e construir a realidade através de suas experiências, discutindo e abrindo espaços para escolher e fazer. São escolas que absorvem a maioria das crianças que não se adaptam tão facilmente às escolas mais tradicionais e assim são levadas ali como se fossem crianças diferentes, mais exigentes ou com dificuldades de aprendizagem ou adaptação. Outro equívoco, pois as escolas mais liberais propõem liberdade de escolha e responsabilidade pessoal. Esse é um objetivo onde também a questão religiosa não é o padrão católico somente e podemos conviver e conhecer outras realidades.
Enfim não é um reformatório, justamente o contrario. Penso que a escola não deveria adotar esse papel de escola alternativa, tendo em vista que permite assim essa confusão de papeis e cria um preconceito entre crianças que estudam nesse ou naquele modelo de colégio. Em minha experiência clínica vejo os pais muito perdidos com seus filhos quando eles passam por situações de stress na escola. A primeira atitude, cada vez mais comum, infelizmente é mudar o filho de escola sem procurar saber o que ocorreu junto aos professores e diretores. Quando isso acontece a crítica à escola fica pelos corredores.
Vemos ai uma ausência de responsabilidades com o problema real que se evidencia durante a presença do aluno na escola.
Se o aluno vai mal nas notas os pais colocam no professor
particular, para corrigir de imediato as lacunas que ficaram por apreender, mas o mesmo não acontece quando o aluno apresenta dificuldades com a autoridade do mestre ou no relacionamento com os colegas. Nesse caso não se costuma chamar o psicólogo para corrigir as lacunas que ficaram mal elaboradas.
Tiramos nossos filhos detonando a escola e levamos a outra e a outra... Ou ao buscarmos a diretoria da escola e sairmos com algum
Encaminhamento para um psicólogo, poderemos refletir qual o papel da
escola em nossas vidas.
A escola deve, contribuir na continuidade de valores que vêem de casa, além de passar conteúdos pedagógicos e multidisciplinares.
Jamais substituir aquilo que cultivamos em nossos lares. E
veja: não vai aí nenhum modelo de perfeição nem nenhuma exigência de padrões morais, não!
Falo de coerência com nossos próprios princípios.
(artigo assinado por Fernanda Reis - Psicóloga Clinica há 20 anos, especializada em atendimento de orientação de pais, atendendo individualmente e em grupo. Consultoria em escolas, dando palestras e promovendo reflexão sobre diversos assuntos relacionados)
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