quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FAMÍLIA E ESCOLA: RELACIONAMENTOS QUE EDUCAM

Por Edileide de Souza Castro

A família teve origem em tempos remotos da humanidade. As ações pedagógicas, tiveram sua origem na Grécia antiga, onde surgiu a figura do pedagogo: “aquele que conduz a criança”.

Se para existir escola é preciso que exista prioritariamente a família, por que tantas escolas insistem em manter as famílias distantes? Por que muitos professores, coordenadores, orientadores educacionais e até diretores, procuram manter os pais ausentes do ambiente escolar?

A família e a escola devem ter objetivos com foco em comum no que diz respeito a educação das crianças e adolescentes. Como saber dos objetivos se não houver relacionamento? A parceria se dá pelo relacionamento aberto, franco, íntegro, consistente, pelos objetivos definidos entre os adultos que educam, pela capacidade para ouvir, refletir e redirecionar a partir de valores emocionais, morais e espirituais. Quando um pai ou mãe matricula um aluno na escola, ele deve no mínimo, saber quem responde por aquela instituição e qual o canal de comunicação que existe entre a escola e a família. Não há mais espaço para escolas que querem ser “ilhas”, onde os pais não têm acesso, escolas que se acham onipotentes e auto-suficientes, que não conquistam, não orientam e nem se relacionam com os pais. Para obter sucesso na educação das crianças e adolescentes é necessário investir também na educação dos pais.

Ouvi de uma senhora com cerca de 65 anos: “No meu tempo o povo tinha limite e não tinha escola; o povo hoje tem escola e está sem limite. Parece que a família está entregando os filhos para a escola e a escola não está recebendo” A percepção desta senhora é verdadeira, é preciso interromper o ciclo vicioso das palavras não cumpridas, dos relacionamento superficiais, da incoerência entre o que se diz e o que se faz, tanto da parte da escola quanto da família.

Se você é pai ou mãe: Você sabe o nome dos professores dos seus filhos? Você já teve algum contato pessoal com este professor? Quando percebe alguma mudança de comportamento dos filhos, você entra em contato com a escola para conversar sobre o que está acontecendo? Você sabe a quem procurar? Você acredita na escola e busca soluções para conflitos, sem apontar erros e falhas da escola para seus filhos? Você tem liberdade para questionar pacificamente alguma postura ou procedimento que considerou inadequado dentro da escola? Você conhece a proposta político-pedagógica? Se você respondeu SIM a todas estas questões, possivelmente você tem um bom relacionamento com os educadores da escola.

Se você está na escola (professor, coordenador pedagógico, orientador educacional, supervisor, diretor ou qualquer outra função): Você conhece e trata as crianças e adolescentes pelo nome? Você conhece as famílias? Quando percebe alguma mudança de comportamento em seus alunos, após intervenções pessoais, você entra em contato com a família para conversar sobre o que está acontecendo? Você sabe a quem procurar da família? Nas reuniões com pais, você orienta ao invés de criticar e apontar falhas? Você conhece a proposta político-pedagógica da escola que trabalha e tem atitudes coerentes com a mesma? Se você respondeu SIM a todas estas questões, possivelmente você tem contribuído para um bom relacionamento entre sua escola e os pais dos seus alunos.

Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e eficaz. A própria escola tem de mostrar coesão e transparência, trabalhando em equipe, entre si, e em relação à família de seus alunos. A Escola pode dar o primeiro passo, pela própria base de formação da qual é portadora. É importante ter em mente que as reuniões de pais e mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim reportar seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou soluções de problemas. Pais e escola devem educar juntos (e não separados) para um bem maior. A criação de um verdadeiro cidadão, construtor de um futuro melhor para as próximas gerações, depende desta aliança, do relacionamento e da confiança mútua.

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