quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A CONSTRUÇÃO DO NOSSO GRUPO, DA NOSSA EQUIPE DE TRABALHO “SETOR PSICOSSOCIAL DA SEME”

A construção do grupo

Tomo a liberdade de usar as belas lições da Madalena Freire para enaltecer o que mais de precioso temos enquanto equipe de trabalho. Primeiramente quero destacar que essa equipe tem em seu seio a multidisciplinaridade, fato este, que torna muito mais consistente aquilo que propomos realizar através dos nossos planejamentos.


Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos, na constância da rotina e de suas atividades.

Um grupo se constrói na organização sistematizada de encaminhamentos, intervenções por parte do educador, para a sistematização do conteúdo em estudo.

Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada participante: da timidez de um, do afobamento do outro; da serenidade de um, da explosão do outro; da seriedade desconfiada de um, da ousadia do risco do outro; da mudez de um , da tagarelice de outro; do riso fechado de um, gargalhada debochada do outro; dos olhos miúdos de um, dos olhos esbugalhados do outro; de lividez de um, do encarnado do rosto do outro.

Um grupo se constrói enfrentando o medo que o diferente, o novo provoca, educando o risco de ousar.

Um grupo se constrói não na água estagnada do abafamento das explosões, dos conflitos, no medo em causar rupturas.

Um grupo se constrói, construindo o vínculo com a autoridade entre iguais.

Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo, do ódio, da felicidade e do prazer.

Vida de grupo dá desânimo porque em muitas situações nos confrontamos com o caos: acúmulo de temas, processos de adaptação, hipóteses heterogêneas.

Caos criador que nos demanda nova re-estruturação –organização. Procura da forma original própria e única adequada ao novo momento.

Vida de grupo (ah!... vida de grupo...)

Vida de grupo dá muito trabalho e muito prazer porque eu não construo nada sozinho; tropeço a cada instante com os limites do outro e os meus próprios, na construção da vida, do conhecimento, da nossa história.


Madalena Freire

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